Introdução: A violência contra a mulher se caracteriza como qualquer ação lesiva, seja física, sexual, patrimonial, moral ou psicológica - tipologias classificadas pela Lei Maria da Penha, cometida contra o alvo feminino que tenha por motivação, precipuamente, o gênero. Quanto aos segmentos mais notificados em relação à denúncias de violência, tem-se o de mulheres idosas, prejudicado pela ausência de apoio, tanto familiar quanto social. Assim, com o reconhecimento de que a violência de gênero se determina como problema de saúde, entende-se o papel dos promotores da atenção primária à saúde (APS) na assistência às vítimas. Nesse sentido, essa capacitação permite a proteção e a promoção de atividades educativas que priorizem os grupos de maior vulnerabilidade, como o das mulheres idosas. Objetivos: Entender a eficácia da assistência da atenção primária em casos de violência contra mulheres idosas. Metodologia: Na plataforma digital Google Scholar, para estruturação da revisão integrativa da literatura, foram aplicados os descritores "violência doméstica contra mulheres idosas" e "programas de saúde", sendo selecionados os artigos de revisão publicados nos últimos dois anos (2023-2024) e em língua portuguesa. Os artigos duplicados e os artigos que se distanciaram da temática selecionada foram determinados como fatores de exclusão. Dos 32 artigos encontrados, 4 foram lidos na íntegra. Resultados: Os artigos apresentaram unanimidade quanto ao núcleo agressor ser formado pelos indivíduos do convívio familiar, os quais, incitados por motivações externas, perpetuam a privação de liberdade dessas mulheres bem como promovem a agressão física. Os resultados apontaram como principais sintomas relatados quadros de dores crônicas e de depressão, permitindo associar a violência exercida contra essas idosas e às piores condições de saúdes física e mental. A APS foi determinada como elemento fundamental na resposta à violência contra mulheres idosas, desde a identificação precoce até o acompanhamento e apoio contínuo, ainda que haja problemáticas relacionadas à comunicação e à confiança entre o agente de saúde e a vítima. Conclusão: A violência contra a mulher idosa se mostra elevada na sociedade brasileira, destacando-se as agressões patrimoniais, físicas e libertárias. A APS apresenta papel indiscutível na percepção desses casos e na promoção da qualidade de vida dessas mulheres, porém urge fomento de especialização dos funcionários de saúde e da elaboração de políticas de saúde que atendam com efetividade os casos de violência. Desse modo, por meio da estruturação de uma abordagem integrada e multidisciplinar, entende-se a eficiência da assistência da APS em casos de violência contra as mulheres idosas, garantindo o cuidado necessário para manutenção da segurança e da dignidade das idosas vítimas de violência doméstica.