APRESENTAÇÃO: O período chuvoso reforça em toda a cidade o alerta em relação a proliferação do mosquito Aedes aegypti, inseto esse, transmissor de doenças como a dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela. E a estratégia com maior eficácia para o processo de prevenção dessas doenças é o combate ao mosquito. Daí, a necessidade da sensibilização da sociedade para que entendam e conheçam os riscos e medidas sanitárias para não deixar o mosquito nascer. Com isso, o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Educação (ME) vem desenvolvendo ações transdisciplinares e intersetoriais por meio de esforços para eliminar as arboviroses como foco no Aedes aegypti e prevenir a doença, por meio de medidas mitigadoras que vêm sendo desenvolvidas pelo Programa Saúde na Escola (PSE) em todo Brasil. O PSE vem realizando mobilizações no ano de 2024 em todo país com a meta de combater as arboviroses no cenário escolar brasileiro. Isso se deve ao aumento expressivo no número de casos em comparação ao ano de 2023 no mesmo período, destacando a implementação de plano de ação interdisciplinar e intersetorial do setor saúde e educação para enfrentamento do mosquito por ser um problema de saúde pública. E o PSE vem buscando incentivar a implantação e implementação de ambientes saudáveis nas escolas, sendo fundamental para a formação e bem-estar individual e da coletividade. Desta forma, o PSE busca estabelecer o cuidado educativo em saúde no ambiente escolar, envolvendo professores(as), alunos(as), gestão escolar e profissionais de saúde das Estratégia de Saúde da Família (ESF) de todo país. Logo, a vivência tem como objetivo descrever a experiência de profissionais de saúde da ESF nas atividades de educação em saúde sobre prevenção das arboviroses com foco no mosquito Aedes aegypti em uma escola pública do município de Reriutaba-Ceará. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foi realizado um relato de experiência pela profissional de Educação Física, nutricionistas da Equipe Multiprofissional (e-Multi), Agentes de Combate às Endemias (ACE), Enfermeiros(as) da ESF e professores da rede pública estadual de ensino do município de Reriutaba-CE, nas atividades do PSE, no dia 10 de abril de 2024, no período da manhã. As atividades foram realizadas na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Coronel Alfredo Silvano, Reriutaba, CE. A escola fica localizada na zona urbana. As turmas que participaram desse momento foram do 2º ano, totalizando 79 adolescentes com faixa etária de 15 a 17 anos. No primeiro momento foi realizada dinâmica de acolhimento, em seguida, exposições dialogadas por meio de rodas de conversa junto à comunidade escolar sobre as arboviroses com foco no combate ao mosquito Aedes aegypti. O momento foi transcrito em diário de campo e analisado com base em interlocuções na literatura. RESULTADOS: Primeiramente, foi realizada a dinâmica de atenção para saber o conhecimento prévio dos escolares sobre a temática. Em seguida houve um diálogo realizado pela equipe da ESF e equipe e-Multi com escolares acerca do conceito de arboviroses, sintomas, período sazonal, prevenção e tratamento. Um dos ACE presentes que em Reriutaba foram notificados no ano de 2024 três casos no Sistema de Notificação Compulsória (SINAN), por meio da coordenação de vigilância epidemiológica do município, todos na zona urbana (um idoso, um jovem e uma gestante). Reforçou a discussão apresentando que o mosquito Aedes aegypti, também conhecido como mosquito da dengue, é o transmissor de doenças como a dengue, assim como outras doenças que são: zika vírus, febre amarela e chikungunya. O ACE no momento de diálogo enfatizou que as doenças supracitadas são transmitidas pela picada do mosquito infectado. Foi destacado que um único mosquito pode picar mais de uma pessoa durante uma única ovulação, aumentando significativamente o potencial de propagação das doenças. Também apresentaram a influência das questões ambientais e da limpeza que não se restringem às residências, devendo observar a água parada com possíveis focos do inseto no ambiente escolar, no bairro e entorno das residências mais afetadas com as larvas. Citaram ainda que o mosquito vem se adaptando com mutações genéticas, encontrando condições favoráveis para reprodução e expansão, fruto do crescimento urbano desordenado, mudanças climáticas, falta de limpeza urbana e descarte inadequado de resíduos sólidos nas ruas. Foi reforçado que os escolares têm o papel de multiplicadores do cuidado em saúde, promovendo a cultura de responsabilidade socioambiental e de cidadania. Cabe ainda à escola, em parceria com as equipes de saúde e outras instituições, a responsabilidade de qualificação dos jovens escolares a se tornarem agentes de mudança nas comunidades em que vivem. Ao entender os conhecimentos prévios dos escolares e discutir sobre o mosquito com escolares, proporcionou um olhar ampliado sobre o assunto que atinge todos os municípios brasileiros, com uma visão ampla e holística sobre as problemáticas ocasionadas pela epidemia dessas doenças em razão da picada do mosquito infectado, assim como realizar ações de educação em saúde de forma transversal, intersetorial e transversal, por meio de discussão sobre a realidade local e situações concretas da realidade, para os escolares sejam protagonistas nas estratégias de mobilização e eliminação do Aedes aegypti. A experiência também contribuiu para o envolvimento não só dos estudantes, mas também dos(as) professores(as), no que se refere à parceria com os profissionais de saúde e ao processo ensino-aprendizagem, almejando que este conhecimento ultrapasse os muros da escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As ações de saúde na escola avançaram por meio das ações interdisciplinares e intersetoriais, com a parceria dos(as) profissionais e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) como protagonistas nas atividades coletivas da saúde escolar, o que pode reduzir vulnerabilidades dos escolares e qualificar a atenção básica. Logo, foi possível analisar que trabalhar a saúde ambiental e seus respectivos problemas na escola pública pode contribuir para a formação de cidadãos mais sensibilizados, proativos no processo de decisão participativa para atuarem ativamente na realidade local e socioambiental, comprometidos com o bem-estar social. É visto então que a escola é protagonista nas estratégias de cuidado educativo em saúde, por meio da oportunidade de utilizar meios simples, criativos e alternativos como a utilização de medidas mitigadoras, promoção da saúde, prevenção e controle das doenças ocasionadas pelo mosquito. Portanto, é fundamental que ambientes escolares desempenhem um papel proativo na mobilização contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite doenças como dengue, zika e chikungunya. Assim, destaca-se que ações intersetoriais entre educação e saúde para mobilização e eliminação do mosquito, fomentando práticas de promoção à saúde e prevenção nas unidades escolares, faz-se essencial para que estas desempenhem um papel ativo na proteção de toda comunidade escolar contra estes agravos.