Apresentação: O Ayurveda é um sistema médico milenar sistematizado na região da Índia, que envolve uma variedade de elementos que vão desde intervenções nutricionais até medidas corporais e cirúrgicas. No Brasil é reconhecido como uma das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) integrantes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS). As PICS estão se tornando cada vez mais populares entre a população, incluindo o Ayurveda, o que torna essencial entender melhor essas práticas e os profissionais que as oferecem. Logo, objetivou-se verificar a existência de enfermeiros com formação em Ayurveda no Brasil e identificar o seu perfil sociodemográfico e educacional. Desenvolvimento: Integra um macroprojeto nacional, quantitativo, descritivo e exploratório, com delineamento transversal que contou com uma amostra de 1.154 enfermeiros, sendo que, desses, 24 possuíam formação em Ayurveda e compuseram a amostra especificamente desse trabalho. O macroprojeto contou com a participação de enfermeiros de todas as regiões do Brasil, no período de junho de 2021 até janeiro de 2022. A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário online, disponível para preenchimento no software LimeSurvey. Ao final da coleta, a análise foi realizada por meio do software SPSS® versão 20.0, mediante estatística descritiva com descrição da frequência absoluta e relativa para as variáveis categóricas e com uso das medidas de tendência central (média) para variáveis numéricas. Foram respeitadas as prerrogativas da Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sob Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) número 43306921.6.0000.5347. Resultados: Verificou-se que a maioria dos participantes eram do sexo feminino (87,5%), com média de idade de 42,36 anos (±11,82), brancos (87,5%), em uma união estável (33,3%), com filho(s) (62,5%). Trabalham no estado de São Paulo (33,3%), seguido do Rio Grande do Sul (29,2%) e Santa Catarina (20,6%), são servidores públicos (41,7%) e trabalham 40h/semanais (37,5%). Afirmaram possuir pós-graduação 95,8% dos participantes, sendo o nível de especialização/residência para 58,3%, seguido de mestrado profissional para 16,7%. Todos tinham mais de uma formação em PICS, além da formação em Ayurveda, conhecendo-as como área de atuação do enfermeiro no início da trajetória profissional (29,2%). Além disso, 62,5% consideram a carga horária dos cursos de formação adequada e utilizam as PICS em grande parte da sua rotina de trabalho, cerca de 11 a 20 horas semanais (20,8%). Conclusão: O estudo contribuiu para identificar que há enfermeiros com formação em Ayurveda no Brasil, entretanto, o quantitativo é baixo. Além disso, os dados coletados servem de subsídio para o incentivo da ampliação dessas práticas nos cursos de graduação, dentro do ambiente de formação e trabalho dos profissionais, haja vista a escassez de pesquisas na área em contrapartida com todos os benefícios a serem ofertados para manutenção da qualidade de vida e saúde.
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