Apresentação
O presente trabalho versa sobre as ações voltadas para a internacionalização no ensino superior de instituições públicas brasileiras do norte do país (7 estados), com recorte para programas/cursos da área da saúde. Este texto é fruto das pesquisas realizadas no projeto de pesquisa intitulado EMI BRAZIL: Inglês como meio de instrução no contexto brasileiro, executado na Universidade Federal do Pará. Emergindo como uma tendência global, a internacionalização do ensino superior se apresenta como uma resposta às necessidades de uma educação de alta qualidade, voltada para preparar indivíduos para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais interconectado e diversificado. Essa tendência tem ganhado destaque nos últimos anos à medida que as instituições buscam formar cidadãos críticos e globalmente competentes, capazes de interagir efetivamente em um mundo globalizado. Assim, o objetivo da internacionalização é promover o desenvolvimento acadêmico e social de todos os envolvidos.
No entanto, essa prática muitas vezes concentra-se em regiões tidas como mais desenvolvidas, deixando lacunas significativas em áreas periféricas, como o Norte do Brasil. Portanto, este trabalho se justifica pela importância de compreender e abordar as especificidades e desafios enfrentados pela internacionalização na área da saúde no Norte do país, uma região caracterizada por desigualdades socioeconômicas e especificidades na área da saúde. Investigar esse tema é fundamental para identificar estratégias eficazes que possam promover a excelência acadêmica e científica, aprimorar a qualidade dos serviços de saúde e contribuir para o desenvolvimento regional sustentável. Ao explorar e analisar a internacionalização na área da saúde no Norte do Brasil, este trabalho busca fornecer insights valiosos para instituições de ensino, gestores de saúde e formuladores de políticas públicas, visando aprimorar as práticas de internacionalização e promover o avanço do setor educacional da saúde na região.
Desenvolvimento do trabalho
A internacionalização de programas e cursos na área da saúde no Norte do Brasil é um tema de grande relevância e complexidade, dada a vasta extensão territorial e as disparidades socioeconômicas presentes nessa região. Para compreender adequadamente esse processo, é fundamental analisar diversos aspectos, desde os desafios enfrentados até as oportunidades oferecidas pelas instituições.
Um dos principais desafios da internacionalização no Norte do país reside na grande extensão territorial, e na falta de recursos para implementar programas internacionais de alta qualidade. E, com isso, a dificuldade de acesso a treinamentos especializados podem representar obstáculos significativos para a internacionalização. Assim, é necessário ressaltar que internacionalização oferece oportunidades únicas para fortalecer a capacidade local na área da saúde. Parcerias interinstitucionais com universidades estrangeiras, por exemplo, podem proporcionar acesso a conhecimentos e tecnologias, além de oportunidades de intercâmbio para estudantes e profissionais de saúde locais. Essas parcerias também podem estimular a pesquisa colaborativa e a transferência de diferentes práticas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde na região.
Além disso, a internacionalização pode desempenhar um papel crucial na formação de profissionais de saúde globalmente competentes. Ao expor os estudantes a diferentes contextos culturais e sistemas de saúde, os programas internacionais podem ajudar a desenvolver habilidades de comunicação intercultural e pensamento crítico, essenciais para o sucesso na prática clínica em um mundo diversificado e globalizado.
Portanto, a internacionalização de programas e cursos na área da saúde no Norte do Brasil pode oferecer oportunidades valiosas para promover o desenvolvimento acadêmico, científico e profissional na região. Ao explorar estratégias eficazes de colaboração internacional e superar barreiras locais, é possível maximizar os benefícios dessa prática e contribuir para o avanço do setor da saúde no Norte do país.
Para realização dessa pesquisa, foram examinados os sites de 22 instituições e universidades federais da Região Norte do Brasil, buscando especificamente por notícias relacionadas ao termo “internacionalização”. O objetivo era identificar as iniciativas de internacionalização e analisar se essas ações estavam direcionadas para a área da saúde ou para outras áreas acadêmicas. Após a coleta das notícias, procedeu-se à análise cuidadosa para determinar a área de atuação em que a internacionalização estava sendo aplicada.
Resultados
Identificou-se entre os achados, um interesse evidente em promover a diversidade cultural, fortalecer a colaboração acadêmica internacional e facilitar o intercâmbio de conhecimentos. No entanto, é importante ressaltar que foram encontradas poucas informações específicas relacionadas à internacionalização na área da saúde durante esta pesquisa. Embora as iniciativas encontradas abrangessem uma variedade de áreas acadêmicas, como ciências sociais, humanidades e engenharia, a presença de informações detalhadas sobre internacionalização na área da saúde foi limitada. Entre as iniciativas identificadas, destacaram-se parcerias internacionais de pesquisa e inovação com instituições renomadas, bem como o recebimento de pesquisadores estrangeiros para palestras e/ou pesquisas na área. Embora essas ações possam indicar um interesse inicial na internacionalização da saúde, fica evidente a necessidade de um compromisso mais robusto e direcionado para promover efetivamente a colaboração internacional nesse setor crucial.
Considerações finais:
A pesquisa realizada nos sites das instituições e universidades federais da região evidenciou um interesse expressivo na internacionalização do ensino superior. No entanto, uma questão alarmante é a carência de informações específicas relacionadas à internacionalização na área da saúde. Esse cenário sugere uma lacuna significativa que demanda a devida atenção para impulsionar efetivamente a internacionalização nesse setor crucial.
A ausência de iniciativas específicas de internacionalização na área da saúde pode ser atribuída a diversos fatores complexos. Entre esses fatores estão a escassez de recursos disponíveis para investimentos em programas e parcerias internacionais, a falta de estabelecimento de parcerias estratégicas com instituições estrangeiras na área da saúde e até mesmo a priorização de outras áreas de conhecimento que, porventura, recebem mais atenção e recursos. Ademais, a não divulgação das iniciativas de internacionalização na área da saúde através dos sites pesquisados pode ter contribuído para a falta de informações específicas identificadas durante o estudo.
Dessa forma, e considerando a relevância crucial da saúde pública e a necessidade premente de formar profissionais altamente capacitados nessa região, é imprescindível que as instituições federais intensifiquem seus esforços para promover a internacionalização nesse campo. Isso pode ser alcançado por meio do desenvolvimento de parcerias estratégicas com instituições de renome internacional, da implementação de programas de intercâmbio para estudantes e professores da área da saúde, e da promoção de projetos de pesquisa colaborativa com foco em questões de saúde pública regional. Por meio de um comprometimento renovado com a internacionalização na área da saúde, essas instituições podem contribuir significativamente para o avanço do conhecimento, aprimoramento dos serviços de saúde e desenvolvimento socioeconômico da região norte do Brasil.