Apresentação: Linfomas consistem em neoplasias do sistema imunitário, originadas a partir dos linfócitos T, B ou natural killer que envolvem os tecidos linfóides, relacionados ao caráter proliferativo desordenado de células tumorais. O linfoma de hodgkin (LF) consiste em uma tumoração linfoproliferativa caracterizada histologicamente pela presença de células com heterogeneidade morfológica denominada Reed-Sternberg, as quais surgem após a transmutação clonal das células-tronco B, que escaparam da apoptose. Como fatores de risco, pontuam-se infecções virais pelo vírus Epstein-Barr, doenças autoimunes e, ainda, alguns fatores genéticos. Comumente mais apresentados, linfadenopatias e sintomas B, constituídos por febres, suores noturnos e perdas de peso inexplicáveis compreendem a sintomatologia mais elencada pelos pacientes. Referente ao tratamento, este é realizado consoante ao prognóstico e ao estadiamento da doença e à avaliação do risco. A modalidade terapêutica clássica abordada é constituída pela administração de adriamicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina seguidas de radioterapia. Como novas abordagens, destacam-se o uso de diferentes anticorpos monoclonais, tais como o rituximab e o brentuximab vedotin, utilizados, principalmente, na doença refratária e recidivante. Objetivo: analisar a incidência e a mortalidade do linfoma de hodgkin entre as regiões brasileiras no ano de 2022, buscando elencar um comparativo qualitativo e quantitativo dos dados. Metodologia: Tratou-se de um estudo transversal comparativo entre as regiões brasileiras, sobre a incidência e letalidade da doença de Hodgkin distribuída por faixa etária e sexo. Os dados referentes ao número de internações e mortalidade foram retirados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), disponível no DATASUS, enquanto que as estatísticas populacionais foram obtidas no site do IBGE, de acordo com o censo de 2022. Resultados: Observa-se que dos 5.218 casos da neoplasia em estudo, a região sul destaca-se pela maior incidência e menor mortalidade, em detrimento das demais, totalizando 3,119 internações pelo LF a cada 100 mil habitantes. Enquanto isso, o norte do país caracteriza-se pela maior taxa de letalidade, concentrando 5,96 óbitos a cada 100 casos, embora apresente menor incidência (1,25). Aliado a esses pontos, nota-se que não só houve maior ocorrência do linfoma de hodgkin para a faixa etária entre 15 a 19 anos em todo o Brasil, mas também percebe-se que o sexo masculino concentra as maiores taxas de incidência e mortalidade, em relação ao feminino. Considerações finais:Diante do compilado analítico supracitado, compreende-se que a epidemiologia do linfoma de hodgkin reverbera para uma maior incidência e mortalidade para o sexo masculino, sendo a maior incidência encontrada na região Sul e a maior letalidade na região Norte. Logo, esses índices demonstram a existência de lacunas no sistema de saúde brasileiro, no que tange tanto ao rastreamento precoce da doença quanto ao acompanhamento do paciente. Sendo assim, a proposição dessa análise epidemiológica concede maior parametragem para contemplação das ações de saúde brasileiras.