Apresentação: A dengue é uma doença viral de natureza sistêmica e aguda, transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. Clinicamente, os sintomas da dengue podem variar desde formas assintomáticas ou leves até casos graves, sendo categorizados em dengue sem sinais de alerta, dengue com sinais de alerta e dengue grave, de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil dos pacientes hospitalizados durante o primeiro quadrimestre de 2024. Foram considerados os seguintes parâmetros: sexo, faixa etária, duração média da internação, método diagnóstico, exames laboratoriais e ocorrência de óbito. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo realizado no período de janeiro a abril de 2024. A coleta de dados ocorreu através de um banco de dados secundário do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar, de um hospital de ensino, da região dos vales do estado do Rio Grande do Sul. Os critérios de inclusão consistiram em pacientes internados com exame reagente para dengue ou confirmação por critério clínico-epidemiológico. Resultados: No ano de 2024, de janeiro a abril, ocorreram 46 internações por dengue. Dessas, 91% foram confirmadas através do antígeno NS1, 7% por critério clínico epidemiológico e 1% através da sorologia IgM. Entre os pacientes internados, observou-se uma média de 49 anos, com predominância do sexo masculino (59%, n=27), em comparação ao sexo feminino (41%, n=19). O tempo médio de internação hospitalar foi de 3,7 dias. Quanto ao perfil laboratorial, predominou a presença de plaquetopenia, considerando haver uma média de plaquetas de 35.566/mm³. Outro achado evidente foi a leucopenia, com uma média de leucócitos de 4.247/mm³. Ainda, um motivo comum entre as internações foi a desidratação, com uma média de hematócrito de 39,2%. Considerando a data dos testes positivos, houve um período médio de 3,4 dias até a hospitalização. Do total de pacientes, 4% (n=2) foram a óbito durante a internação. Em relação ao perfil desses pacientes que evoluíram para óbito, 1 (50%) tinha comorbidade prévia, a média de idade de 51,5 anos, média de 5 dias de internação, ambos com atendimento de suporte avançado, ambos com teste antígeno NS1 sendo que 1 teve diagnóstico 5 dias antes da internação e outro 1 dia após internado. Considerações finais: Devido às características da dengue e à semelhança de seus sintomas com outras doenças, o tratamento adequado dos pacientes requer o reconhecimento precoce dos sinais de alerta, bem como um diagnóstico diferencial. Essas medidas evidenciam a importância das estratégias de fortalecimento da vigilância epidemiológica e da notificação de casos, o que colabora para uma resposta mais eficiente no estabelecimento de políticas públicas para controle e prevenção da doença.