Introdução: Embora a vacinação tenha sido um grande avanço na saúde pública em todo o mundo, o fenômeno de hesitação vacinal que se refere ao retardo em aceitar ou a recusa à vacinação, é ainda hoje uma realidade, a despeito da existência de amplos e seguros programas de vacinação. A erradicação da varíola e o controle das doenças imunopreveníveis foram possíveis em virtude da vacinação, por meio de programas de imunização bem-sucedidos. Objetivo: O objetivo dessa revisão integrativa é apontar o impacto da desinfodemia na hesitação vacinal contra covid-19. Métodos: Para o levantamento de dados foi feita uma revisão de literatura nas bases de dados Pubmed e LILACS por meio de artigos publicados entre outubro de 2021 a março de 2024 usando os seguintes descritores: Hesitação Vacinal; COVID-19; Desinformação; Infodemia. Foram encontrados dessa busca 13 artigos. Desenvolvimento: A pandemia da COVID-19 foi um marco muito importante no século XXI. Diversos fatores estiveram e ainda estão, relacionados à hesitação vacinal, sejam eles individuais ou coletivos, sendo essa uma das grandes preocupações dos gestores e pesquisadores em todo o mundo. A vacinação, ao mesmo tempo que nos trouxe esperança, também nos trouxe temor, já que a hesitação vacinal fortemente presente em nosso meio, especialmente com a ampla divulgação de falsas notícias sobre as vacinas, tem trazido enormes prejuízos para uma população amplamente desinformada e vulnerável. A concordância plena com as assertivas, “vacinas são seguras” e “vacinas são eficazes” se reduziram nos últimos anos, especialmente no curso da pandemia, de 70-79,9% para 60-69,9%, confirmando o impacto da hesitação vacinal no país. Desde que a COVID-19 se instalou no Brasil, em março de 2020, a disseminação de notícias falsas fez com que a população em geral tivesse dificuldade em encontrar notícias oficiais e verdadeiras acerca do assunto. Inclusive, o volume exponencial de falsas informações a respeito do vírus Sars-CoV-2 levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cunhar o termo infodemia, para designar uma verdadeira epidemia de desinformação, que contribuiu significativamente para aumentar os riscos de contágio, estimular o afrouxamento do isolamento social e promover desconfiança em relação às vacinas. Conclusão: A queda das coberturas vacinais observada ao longo dos anos diante do processo de desinformação, culminando na hesitação vacinal, somado ao enorme prejuízo que esse processo tem gerado para a saúde pública, é de extrema importância a elaboração de novos estudos que abordem a problemática na busca de medidas efetivas no combate à hesitação vacinal.