Apresentação: Uma pessoa trans é aquela à qual sua identidade de gênero diverge da atribuída ao nascer, a partir de sua genitália. Logo uma pessoa transmasculina, ou seja, um homem trans, é a pessoa que nasceu com órgãos genitais femininos, e, portanto, identificada pelogênero feminino, entretanto no que tange seu próprio reconhecimento enquanto pessoa se identifica com o gênero masculino e se declara homem, embora tenha órgãos genitais femininos, como exemplo útero e ovários.Homens trans que decidem ter filhos biológicos encontram dificuldades de acesso para o acompanhamento da gestação e um momento que poderia ser de grande alegriaé marcado pela discriminação. O acolhimento e a assistência à pessoa transmasculina no processo de gerar e parir é uma demanda de saúde pública que necessita de reflexões sobre as abordagens e a construção do conhecimento a ser discutido na formação do profissional de saúde, devido às lacunas existentes, de modo a construir as habilidades e competências necessárias para esses profissionais. Esses conhecimentos, pautados em uma cisnormatividade entendem que somente mulheres cis podem gerar e parir, e assim reproduzem práticas discriminatórios em saúde, transfóbicas e violação direitoshumanos das pessoas trans. Dado o exposto este estudo objetiva: Identificar as vivências de pessoas transmasculinas durante o pré-natal, parto e puerpério nos serviços de saúde e suas relações sociais; analisar vivências de pessoas transmasculinas no processo de gerar e parir; conhecer e descrever os desafios enfrentados por esse grupo no acesso à saúde no período gestacional. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semi-estruturadas com homens transmasculinos, captados pela técnica de amostragem por bola de neve. A análise do corpus de pesquisa será realizada por análise de conteúdo temático-categorial, sob a luz da Teoria de Transição de Afaf Meleis. Resultados esperados: Conhecer as vivências, que socialmente são atribuídas à mulheres cis, pelos homens trans e como se deu esse processo nos serviços de saúde, poderá trazer discussões relativas às formas de abordagem profissional, para que se possa construir o conhecimento necessário que atendam as especificidades de pessoas transmasculinos no processo de gerar e parir com acolhimento, cuidado, informação, assim garantindo um acesso a saúde de maneira respeitosa aos preceitos estabelecidos no Sistema Único de Saúde, garantia dos direitos reprodutivos desta população e melhoria de sua qualidade
de vida. Considerações finais: Conhecer a diversidade de gênero e suas múltiplas possibilidades de vivências de pessoas trans neste processo, é fundamental para que os profissionais aprendam uma forma de cuidar que deve ser pautada no direito e quiça com práticas anti transfóbicas e assim fazer valer preceitos constitucionais quando diz que saúde é direito de todos e dever do Estado, neste sentido os profissionais são seu representantes em suas práticas de atenção.
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