O presente trabalho apresenta o projeto Criação de uma Agrofloresta Comunitária em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Paulo Afonso-BA vinculado à pró-reitoria de extensão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A intervenção, cujas atividades iniciaram recentemente, busca promover a saúde e o bem-estar da população adscrita na área da USF Senhor do Bonfim, da sua equipe multidisciplinar de saúde e de estudantes dos diversos cursos das instituições de ensino superior da região que utilizam a USF como ambiente de aprendizado. Para tanto, objetiva-se desenvolver uma agrofloresta, criando um espaço de acolhimento e de convivência mais agradável para as pessoas que cotidianamente frequentam a USF com maior conforto térmico e sonoro e promovendo saúde em todas as suas esferas, valorização das espécies nativas da Caatinga, boas práticas de sustentabilidade e educação ambiental. Além disso, a criação de uma agrofloresta permite a promoção de segurança alimentar e estímulo à alimentação saudável, através da plantação de frutas, hortaliças e legumes frescos e orgânicos que serão direcionados à própria população acolhida pela unidade de saúde de família e se encontrem em situação de fragilidade socioeconômica ou de insegurança alimentar. Também se propõe que a agrofloresta comunitária seja um local de dispensação de plantas medicinais e de estímulo à prática de fitoterapia, valorizando o conhecimento popular local acerca dos benefícios das ervas para a saúde. Por fim, a plantação de forma coletiva envolvendo de maneira ativa a comunidade local, trabalhadores de saúde e estudantes, prevê o fortalecimento do vínculo entre estes agentes através do trabalho conjunto, troca de experiências e fortalecimento de laços comunitários. Para tanto, a agrofloresta está sendo implantada de modo coletivo e gradual pela comunidade, profissionais de saúde e estudantes envolvidos com o projeto, em encontros de estudos, troca de experiências e plantação entre os meses de maio a dezembro de 2024. Vale registrar que este projeto de extensão é realizado à luz da saúde planetária, que compreende a inter-relação entre a saúde humana e o bem estar do planeta, logo, são propostas, além da criação da agrofloresta em si, espaços de educação ambiental continuada acerca do impacto das mudanças climáticas, desmatamento e poluição na Terra, como a saúde pública é diretamente afetada por estas ações e quais são as possibilidades de atuação que podemos tomar, enquanto indivíduos, comunidades e instituições, para a garantia de um presente mais saudável e de um futuro sustentável. Em tempos de emergência climática, esta é uma ação de agricultura urbana replicável em diversas USFs do Brasil de baixo custo material e com diversos benefícios à comunidade e ao meio ambiente em geral e que vai ao encontro da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas Cidades, da Política Nacional de Humanização e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
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