Apresentação
Com alta incidência de casos reportados no Brasil, desde 1985 a Leptospirose é uma infecção de notificação imediata e compulsória, com frequência maior em zonas urbanas de clima temperado e tropical, uma vez que são o habitat principal de animais reservatórios da bactéria do gênero Leptospira.
A infecção humana por Leptospirose ocorre através do contato das membranas mucosas, lesões e conjuntiva com a urina do animal contaminado com a bactéria ou por ingestão de alimentos ou água contaminados pela urina. Dessa forma, evidencia-se a intensa relação entre os indicadores socioeconômicos com a forma de contaminação da doença.
Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo comparar os dados das taxas de mortalidade e dos números de internações entre as regiões brasileiras, com vista a relacionar as informações socioeconômicas das regiões e apontar estratégias em saúde.
Desenvolvimento
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com base nos dados fornecidos pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), de 2008 até março de 2024, com vistas a comparar a distribuição das taxas de mortalidade, de internações e de óbitos entre as regiões brasileiras.
Resultados
No Brasil, registrou-se um total de 28.629 de internações por Leptospirose, 1.589 de óbitos e uma taxa de mortalidade de 5,55. No que diz respeito às taxas de mortalidade, tanto a região Sul, com 2,98, quanto a Centro-Oeste, com 2,81, registraram taxas de mortalidade menores que a média do país, enquanto as regiões Nordeste, com 7,46, a Norte com 5,80 e a Sudeste com 7,58 obtiveram taxas de mortalidade superiores a da média nacional. Em relação ao número de óbitos, a região Norte registrou 176, a região Sudeste 629, a Sul 328, a Centro-Oeste 9 e Nordeste 447 óbitos. No atinente ao número de internações, o Sul registrou 10.989, o Nordeste 5.993, o Centro-Oeste 320, o Norte 3033 e o Sudeste 8.294. Com base nos dados explicitados, foi evidenciado uma relação inversa entre o número de internações e o de óbitos, sobretudo na região Sul e na Norte, tendo em vista que a primeira apresentou os maiores valores de internações e uma das menores taxas de mortalidade, enquanto a região Norte registrou expressivos óbitos, mesmo com valores menores de internações.
Conclusões
Desta forma, pode-se perceber que há diferenças significativas entre o número de óbitos e de internações por região, sobretudo ao se comparar realidades socioeconômicas tão distintas. Assim, tal discrepância reforça a importância de compreender como os indicadores socioeconômicos de uma região interferem na capacidade dos sistemas de saúde locais em remediar complicações e óbitos. Portanto, é preciso propor e efetivar medidas públicas, no atinente à redução desses indicadores no Norte do país, com vistas a atender, amplamente, as demandas em saúde, sobretudo no atinente à Leptospirose.