INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de estudos sobre as características de serviços de saúde, tem contribuído de forma significativa para subsidiar a avaliação e o planejamento de ações efetivas, embasadas nas necessidades de cada região em que o serviço se localiza e nos agravos com maiores prevalências na população. Esses estudos, possibilitam o acompanhamento das características daquela região/população específica, dos riscos assistenciais e organizacionais, bem como as contingências necessárias para o perfil de atendimento, incluindo situações de surto de determinadas doenças. No contexto da atenção à saúde, as crianças constituem um grupo vulnerável, e suscetível ao desenvolvimento de determinadas doenças e o agravamento do quadro de forma abrupta, em função de inúmeras particularidades, tornando-se um grupo de extrema prioridade na rede de atenção as urgências emergências. Compreende-se, portanto, que identificar as características da população e das demandas por atendimento nos serviços de saúde, são imprescindíveis, para o planejamento de intervenções eficazes, considerando o melhor desfecho e a segurança do paciente em pediatria. OBJETIVO: Caracterizar os atendimentos de uma emergência pediátrica no estado do Paraná. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e de abordagem quantitativa, realizado em maio de 2024 com dados secundários disponibilizados pelo software Gestor Saúde. Os dados disponibilizados, foram referentes ao período de janeiro a abril de 2024, primeiro quadrimestre do ano. Para a realização da presente pesquisa, foi assinado uma carta de anuência pela direção da instituição e utilizou-se os dados de domínio público, divulgados mensalmente em boletim, pela central de regulação de leitos da instituição, seguindo os preceitos éticos de preservação do anonimato da população atendida no serviço. RESULTADOS: No período analisado 24.414 crianças buscaram a unidade de emergência pediátrica, o que correspondeu a aproximadamente 6.103 atendimentos mensais. Com base na média do quadrimestre das enfermidades que motivaram a busca pelo serviço, destacaram-se as Infecções agudas das vias áreas superiores não especificadas correspondendo ao agravo mais frequente (46,06%) entre as crianças atendidas no período analisado, seguido da febre não especificada (20,34%), a terceira causa de maior frequência em virtude da sazonalidade foram os atendimentos motivados pela dengue clássica (8,14%), na sequência a náusea e vômitos (6,57%), a quinta causa de maior frequência foi a diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível (5,84%), a sexta causa e bastante comum foi a tosse (4,95%), em seguida a nasofaringite aguda (3,81%), a oitava causa foi a febre de origem desconhecida e outras origens (2,57%), e por fim, a amigdalite aguda não especificada (1,72%). CONCLUSÃO: Realizar o estudo da caracterização do atendimento de pacientes pediátricos em serviços de emergência, é de fundamental importância, para um planejamento assistencial efetivo, a capacitação da equipe para o atendimento das causas de maior prevalência, eficiência em custos a partir da otimização dos recursos, evitando desperdício, evitando o retrabalho, e acima de tudo, a promoção de uma assistência segura.