Apresentação: No contexto atual da saúde, as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) têm conquistado crescente reconhecimento e relevância. Nesse sentido, objetiva-se conhecer o perfil sociodemográfico e profissional dos enfermeiros que possuem formação em PICS na região Sudeste do Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo e transversal, direcionado a enfermeiros maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que atuam na região Sudeste do Brasil. A coleta de dados e recrutamento dos participantes foram conduzidos de forma virtual, por meio de questionário eletrônico composto por perguntas abordando informações sociodemográficas, como idade, sexo, estado civil, cor, religião, região de residência, tipo de emprego, carga horária de trabalho e renda. Além disso, foram incluídas questões relacionadas aos anos de formação, detalhes da formação em PICS e sobre a inserção das PICS no cotidiano do trabalho. Os dados foram submetidos a uma análise exploratória para a caracterização da amostra. O estudo seguiu as normas éticas e recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob nº CAAE: 43306921.6.0000.5347. Resultados: Participaram 430 enfermeiros sendo 37,7% com formação em PICS, com as modalidades mais prevalentes incluindo auriculoterapia (18,1%), acupuntura (13,0%), reiki (10,2%), aromaterapia (9,8%), fitoterapia (8,1%), terapia floral (7,9%), meditação (7,0%) e Medicina Tradicional Chinesa (MTC) (7,4%). Notadamente, 84,57% iniciaram sua formação em PICS após a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em 2006. Quanto ao perfil sociodemográfico dos enfermeiros com formação em PICS, a média de idade foi de 45,28 anos, com 87,65% dos participantes do sexo feminino. Além disso, 59,88% coabitavam com parceiros(as), 64,81% se identificavam como brancos e 33,95% como pretos ou pardos. A religião fazia parte da vida de 86,42% dos participantes. Quanto à localização geográfica, a maioria residia em São Paulo (78,4%), seguido por 14,2% no Rio de Janeiro, 4,31% em Minas Gerais e 3,09% no Espírito Santo. No aspecto ocupacional, 39,50% eram funcionários com carteira assinada ou servidores públicos, enquanto 17,28% atuavam como autônomos. A carga horária de trabalho predominante era de até 40 horas semanais para 65,43% dos participantes, e 49,38% recebiam remuneração superior a 5 salários mínimos. Em relação à formação acadêmica, a maioria (73,45%) tinha mais de 10 anos de formação, com pós-graduação. No que tange à integração das PICS em suas práticas, 71,60% dos participantes consideraram essa formação como fundamental para suas carreiras. Adicionalmente, 97% dos enfermeiros relataram impactos positivos em sua própria saúde após a formação em PICS. A autonomia profissional também se destacou, com 83,4% afirmando ter obtido maior autonomia em suas práticas após a formação, e 93,20% acreditando que as PICS conferem maior autonomia aos pacientes. Finalmente, 69,1% perceberam o mercado de trabalho relacionado às PICS como estando em constante crescimento. Considerações finais: Este estudo oferece valiosas perspectivas sobre o perfil e impacto das PICS na formação e prática dos enfermeiros na região Sudeste do Brasil, enfatizando sua relevância na capacitação desses profissionais e apontando para um promissor avanço na enfermagem dentro do contexto das PICS no país.