Este trabalho versa sobre o projeto PET Equidade UFRJ, que é fruto da pactuação entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, no âmbito do edital do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) do Ministério da Saúde (MS). O projeto reúne oito cursos de graduação da área da saúde, sendo eles Medicina, Odontologia, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Serviço Social e Terapia Ocupacional; e, por proposta indutora do edital do MS, ainda conta com a participação de dois cursos da área de Ciências Sociais e Humanas: Filosofia e Ciências Sociais, tendo 11 docentes, 10 preceptores e 40 estudantes. Em relação ao território de atuação, o projeto conta como cenários de práticas três unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) da zona norte do Rio de Janeiro, e uma unidade de gestão representada por uma coordenadoria de área programática. Tal distribuição visa diversificar os espaços de ensino-aprendizagem dos estudantes e fortalecer os processos de articulação entre a universidade e a rede de atenção à saúde, fazendo dessa área municipal um território escola. A organização das atividades de integração ensino-serviço ocorrerá em torno de três eixos: 1) Valorização das trabalhadoras e futuras trabalhadoras no âmbito do SUS, Gênero, Identidade de Gênero, Sexualidade, Raça, Etnia, Deficiências e as interseccionalidades no Trabalho na Saúde; 2) Valorização das trabalhadoras e futuras trabalhadoras no âmbito do SUS, saúde mental e as violências relacionadas ao trabalho na saúde; 3) Acolhimento e Valorização às trabalhadoras e trabalhadores e futuras trabalhadoras e trabalhadores da saúde no processo de maternagem, acolhimento e valorização de mulheres, homens trans e outras pessoas que gestam. A metodologia de trabalho envolve: participação em fóruns de debates organizados pelo nível municipal, distrital e local; desenvolvimento e acompanhamento das ações em grupos tutorias em cada cenário de prática, com a pactuação integrada no diagnóstico de necessidades, planejamento, execução, monitoramento e avaliação das ações; e Promoção de práticas formativas e assistenciais relacionadas aos temas de gênero, identidade de gênero, raça, etnia, deficiências e geracionalidade para equipes de trabalhadoras e trabalhadores da APS. As ferramentas metodológicas envolvem a escrita e discussão de diários de campo e a produção de um portfólio geral por cada unidade e um unificado do projeto. Os levantamentos e discussões até o momento apontam para a necessidade de: realização de atividades de Letramento Funcional em Saúde voltadas aos temas gênero, raça, etnia, deficiências e geracionalidade para equipes de trabalhadoras e trabalhadores da APS; ações e parcerias para levantamento de dados sobre aspectos étnico-raciais e de saúde mental de trabalhadoras da APS; proposição e condução de atividades coletivas sobre pessoas que gestam e população LGBTQIAPN+; fortalecimento das atividades de matriciamento das equipes ESF/eMulti. Ao se comprometer com o processo formativo de trabalhadores e estudantes nos cenários interprofissionais, o projeto visa somar esforços para um cuidado em saúde mais sensível às diferenças e diversidade, mais implicado com a vida.
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