RELATO DE EXPERIÊNCIA - PROGRAMA DIVERSIDADE NA SAÚDE

  • Author
  • MARIA DA CONCEIÇÃO DE SOUSA COSTA
  • Co-authors
  • FRANCISCO DE ASSIS NEVES NETO , BIANCA PEREIRA DA SILVA
  • Abstract
  •  

    O Programa Diversidade na saúde - PDS é uma iniciativa da Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins da Superintendência de Gestão Profissional e Educação na Saúde. Surgiu a partir de demanda judicial relacionada ao assédio moral em uma unidade hospitalar do Estado. Foi sancionado em 18 de maio de 2021, a partir da Portaria n. 298/2021/SES/GASEC. Desde então, vem desenvolvendo ações que visam romper com os preconceitos a partir de três eixos: relações entre trabalhadores, relações entre trabalhadores e usuários, representatividade e empregabilidade. De forma estratégica, através de ações de sensibilização, mobilização, formação dos trabalhadores e gestores, o programa articula-se a Política Nacional de Humanização, buscando o estabelecimento de relações interculturais e a cultura da disparidade no contexto da saúde. O PDS se apresenta como uma possibilidade de garantir a saúde integral, cumprindo-se assim aos princípios do SUS e construindo caminhos próximos às realidades étnicas e culturais das trabalhadoras, trabalhadores e usuários, que estão em constante transformação e se constituem de forma singular. Pensar em práticas de saúde considerando tais especificidades, torna-se, portanto, mais desafiador. Então, como efetivar as Políticas de equidade na saúde e garantir saúde as populações diversas? Este programa tem como foco o desenvolvimento de ações que ofereçam respostas a tal questionamento. O programa tem realizado articulações com as Universidades, setores da saúde e da educação pública do Estado, além de movimentos sociais, com o intuito de desenvolver ações de formação e capacitação dos profissionais. Conta com um colegiado de profissionais da assistência hospitalar que contribuem como multiplicadores realizando ações em cada unidade a partir das demandas locais de forma gradativa e processual, ao oportunizar espaços de representatividade e interculturalidade. O programa iniciou um projeto intitulado “glossário indígena”, de conhecimento de diferentes etnias indígenas do Estado, sendo assim o primeiro glossário indígena em forma de aplicativo no Brasil, com o intuito de facilitar a comunicação entre os profissionais e usuários indígenas do SUS. Durante 15 dias do mês de Novembro 2022, a coordenadora do programa Maria da Conceição de Sousa Costa, realizou visitas técnicas nas seguintes aldeias: aldeia São José, etnia Apinajé, aldeia Warilyty, etnia Karajá xambioá, aldeia Manoel Alves, etnia krahô, aldeia Salto Kripre, etnia Xerente, aldeia Canoanã, etnia Javaé, aldeia Itaro, etnia Ava-canoeiro. Na ocasião, indígenas foram solicitados a traduzir palavras utilizadas no cotidiano hospitalar. Foram traduzidas em média 70 palavras do tronco macro jê e alguns diálogos. Os encontros foram filmados, com a autorização dos caciques e dos participantes. Atualmente, o projeto encontra-se em fase de transcrição das falas e diálogos que ocorreram durante os encontros e escrita do relato de experiência para fins de publicação e fortalecimento das ações com a contribuição da Universidade Federal do Tocantins- UFT e com a recém-criada Secretaria Estadual dos Povos Originários e Tradicionais. Entre a população quilombola, temos ações desenvolvidas em parceria com a diretoria de proteção aos quilombolas da Secretaria Estadual dos Povos Originários e Tradicionais.

     

  • Keywords
  • DIVERSIDADE, SAÚDE, POPULAÇÃO INDÍGENA E QUILOMBOLAS
  • Subject Area
  • EIXO 6 – Direito à Saúde e Relações Étnico-Raciais, de Classe, Gênero e Sexualidade
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