Introdução: Hoje a medicina preventiva e cuidado integral centrado na pessoa são fundamentos importantes para uma prática médica mais resolutiva, a qual inclui a compreensão do território, seus fatores ambientais, sociais e econômicos, estilo de vida, acesso à assistência como pontos determinantes na compreensão do processo saúde e doença. Sendo assim, o profissional deve conhecer o território em que atua e traçar um diagnóstico de saúde para atuar diante das reais necessidades locais. Como parte disso, a territorialização vai desvendar a dinâmica da comunidade, propiciando, além da geografia, o mapeamento dos fatores de adoecimento e diagnósticos resultantes de situações históricas, sociais, epidemiológicas e sanitária da comunidade. Objetivo: Descrever a vivência acadêmica de medicina na construção do diagnóstico situacional de uma Unidade De Saúde Da Família (USF). Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, que ocorreu durante as aulas práticas do módulo Integração Ensino Serviço e Comunidade I (IESC I) da Afya Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (AFYA-FCM/PB), no período letivo 2024.1. Os objetivos de aprendizagem das aulas direcionaram o aluno para o conhecimento sobre territorialização; determinantes sociais de saúde (DSS); medidas de prevenção: primárias, secundárias, terciárias e quaternárias realizadas pela equipe de saúde da família (eSF); atributos da Atenção Primária a Saúde (APS); e princípios do SUS. Resultados e Discussão: O diagnóstico situacional foi elaborado a partir das observações e anotações acadêmicas durante as aulas na USF. Foi realizada uma caminhada para conhecer o território área de uma comunidade totalmente SUS dependente, onde foi possível observar microáreas de risco diante da presença de fatores ambientais como rio poluído pelo hábito de descarte de lixo, pontes artesanais e construídas de forma improvisada pelos moradores; além de fatores sociais como a insegurança presente devido ao movimento de tráfico de drogas e conflitos de facções. Tais fatores de adoecimento reverberam na procura recorrente de consulta médica de usuários com queixas de doenças infecciosas, parasitárias, dentre outras relacionadas à condição de pobreza. Diante disso, foi identificada a disparidade entre a necessidade da população e as ações preventivas desenvolvidas pela eSF, as quais deveriam ser no sentido de disponibilizar a população um cuidado centrado na visão ampliada do cuidado como ações de educação em saúde, bem como acompanhamento longitudinal a população a exemplo de: puericultura, pré-natal, citológico, monitoramento de hipertensos, diabéticos, pessoas com transtornos mentais, etc. Conclusão: Os resultados indicam a insuficiente intervenção da USF na ausência de ações decisivas baseadas nas especificidades da área estudada corroborando a persistência de iniquidades. O diagnóstico da USF destacou a presença de fatores ambientais e sociais que poderiam ser abordados pela eSF nas práticas educativas e de vigilância incorporadas pelos atores em saúde, e estimuladas para a comunidade, pelo senso de sociedade, auxiliam a inserção de autonomia e controle social. Portanto O estudo do território corrobora para resolutividade na APS, por meio do planejamento das ações de prevenção direcionadas às principais causas do adoecimento do território.