O projeto PET INTERPROFISSIONALIDADE/UFRJ foi desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceira com os Ministérios da Saúde e da Educação e a Secretaria Municipal de Saúde-RJ. O PET fomenta a valorização da formação pelo trabalho a partir da atuação junto aos serviços de saúde, estimulando parcerias que vão além do ambiente universitário, potencializando uma formação consonante com os preceitos do SUS e com as necessidades de saúde da população. No início da pandemia de COVID-19, o PET realizava atividades acadêmicas de prática no cenário das Clínicas da Famílias do Município do Rio de Janeiro Em uma destas clinicas na Penha, participavam 5 cursos da saúde: Medicina, Odontologia, Enfermagem, Saúde Coletiva, e Psicologia. Para a continuidade das atividades extensionistas, ocorreu a formação de uma força tarefa de acompanhamento da saúde dos usuários. Para tal, houve a elaboração de questionários para o acompanhamento através do FormSUS em junção com o Telemonitoramento (TL), desenvolvidos pela Equipe de saúde da CSF, professores e equipes de saúde envolvidas no PET. Esse processo exigiu o aprimoramento de várias habilidades e competências, tais como: treinamento dos estudantes em TL em relação ao manejo da COVID-19; integração dos professores, equipes de saúde da família, residentes e estudantes para desenvolver a metodologia de acompanhamento; organização de planilha de acompanhamento para acesso compartilhado; sistematização regular dos dados do TL; priorização de atendimento baseado em risco. O TL auxiliou a evitar que usuários sintomáticos respiratórios leves se aglomerassem nas unidades de saúde, mantendo-os sob cuidado remoto. Os objetivos principais foram: (1) acompanhar a evolução e desfecho clínico das pessoas com síndrome gripal no território de abrangência da unidade, de maneira remota, por meio de contato telefônico e/ou mensagens de texto e voz; (2) descrever os casos segundo características sociodemográficas e vulnerabilidade social; (3) integrar os estudantes (estagiários, residentes e extensionistas) às equipes da ESF para discussão de casos e necessidade de busca ativa. A CFFC apresenta cerca de 55 mil usuários da Unidade e 14 equipes de saúde da família. A Equipe Souza Neto, responsável por 4.232 usuários foi a população descrita neste estudo com 335 usuários do serviço que procuraram atendimento no período de março de 2020 até outubro de 2021 com sintomas gripais. A média de idade da população foi de 39,75 anos (DP= ± 20,48), variando de 01 ano a 92 anos. Dentre os 335 usuários, 40,90% (n=137) apresentavam comorbidades, enquanto, 59,10% (n=198) não apresentavam. Dos indivíduos com comorbidades (n=137) 3,65% foram a óbito, enquanto, os indivíduos sem comorbidades (n=198) 0,50% foram a óbito. Dos indivíduos atendidos, 26,87% tinham HAS, 11,34% DM, e 4,18% eram tabagistas. O TL contribuiu de forma fundamental para a identificação de indivíduos com síndrome gripal e potencialmente com COVID-19, permitindo um redirecionamento da assistência dentro do SUS. Além de contribuir para a identificação de grupos prioritários (portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial), para acompanhamento. A partir do estabelecimento dessa prática, teve início o processo de aprimorar o cuidado integral de usuários com Doenças crônicas não transmissíveis.