Percebe-se, na prática clínica, que, mesmo com o incentivo do Ministério da Saúde ao programa pré-natal do parceiro, criado em 2016, muitos homens não se envolvem com o processo de gestação. O pré-natal do parceiro é uma temática relevante para a enfermagem no cuidado à saúde do homem, da mulher e do bebê, todavia poucos estudos abordam diretamente sobre a participação do enfermeiro na sua implantação. Isso compromete o reconhecimento do papel da enfermagem na implantação e adesão dos homens ao pré-natal do parceiro. Realizou-se, neste estudo, uma revisão integrativa da literatura para identificar de que forma se dá a participação da enfermagem na implantação e adesão ao pré-natal do parceiro. Foi realizada a busca da produção científica entre 2016 e 2022, nas bases de dados BVS, LILACS e BDENF, usando os descritores: pré-natal, parceiro e enfermagem, extraídos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e suas variações. A pergunta que se buscou responder foi: De que forma se dá a participação da enfermagem na implantação e adesão ao pré-natal do parceiro? Foram selecionados 17 artigos para compor a amostra final, dos quais 36% são estudos qualitativos, sendo 100% publicados por enfermeiros ou estudantes de enfermagem, após a implantação da política pública do pré-natal do parceiro. Acrescenta-se que 94,12% dos estudos sobre a temática foi desenvolvida após a criação da política do pré-natal do parceiro. Isto mostra que a enfermagem tem buscado refletir sobre o tema, acompanhando a constante evolução e construção das políticas públicas. A partir de 2021 houve uma tendência de redução na publicação sobre o tema, sem, contudo, observarmos evidências da consolidação da implantação do pré-natal do parceiro nos serviços de saúde. Os estudos mostram que os enfermeiros representam a maioria dos profissionais de saúde que tem buscado refletir sobre o tema do pré-natal do parceiro. Entretanto, poucos artigos abordam diretamente sobre a contribuição destes profissionais na ampliação e adesão ao pré-natal do parceiro, o que sinaliza para a necessidade da realização de novos estudos que dê visibilidade para a atuação dos enfermeiros na consolidação desta política de saúde. Observa-se também que a participação dos enfermeiros se dá na criação de protocolos, sistematização das consultas de enfermagem e implementando ações para inserir o parceiro no cuidado pré-natal, estimulando-o a cuidar de si mesmo, do bebê e da mulher. Assim, não se tem dúvidas de que a implantação do pré-natal do parceiro nos serviços de saúde deve ser incentivada pelos enfermeiros, promovendo ações efetivas que estimulem a presença do parceiro no pré-natal.