A disciplina Gerência do Cuidado em Saúde e Enfermagem integra o currículo do curso de Enfermagem da UFMG, ministrada no oitavo período do curso. A relação estabelecida com os serviços de saúde, na disciplina, vem se consolidando, ao longo dos semestres, por meio do ensino clínico. Essa relação tem gerado projetos de extensão, de pesquisa e de ensino com a participação de docentes, discentes e profissionais de saúde. Assim, buscou-se, nesta reflexão, problematizar sobre o desenvolvimento da disciplina nas unidades assistenciais que integram a rede de serviços de saúde do SUS, desenvolvidas pelos alunos. O curso de enfermagem desta universidade, em consonância com as diretrizes curriculares nacionais, prevê o mínimo de 4005 horas e 5 anos para a formação de enfermeiros. Nessa perspectiva, a disciplina Gerência do Cuidado em Saúde e Enfermagem, ofertada no oitavo período, com uma carga horária de 90 horas, sendo 45 horas para atividades teóricas e 45 horas para atividades práticas desenvolvidas em campo, nas unidades assistenciais que integram a rede de serviços de saúde do SUS, busca desenvolver nos alunos as seguintes competências: conhecimento dos modelos de atenção à saúde, compreensão das políticas, das diretrizes financeiras e do ambiente regulatório da assistência, capacidade de analise das situações geradoras de conflito no contexto da gerência em saúde e de gerenciamento de saúde e enfermagem. Os trabalhos realizados em campo nesta disciplina, sob a supervisão dos professores, têm proporcionado o desenvolvimento da autonomia dos alunos, uma prática reflexiva e criativa dos docentes e grande contribuição nos processos administrativos e gerenciais dos serviços de saúde. Além disso, possibilitam o desenvolvimento de projetos de médio e longo prazo que integram o ensino às práticas de trabalho do enfermeiro nos serviços de saúde. Fazendo-se um contraponto crítico aos modelos que privilegiam a formação técnica, observa-se que a problematização, a partir de situações práticas, possibilita que os alunos analisem e proponham intervenções para situações problema, vivenciadas nos serviços de saúde e que, os professores exerçam a práxis docente na sua dimensão social e ética, fundada no diálogo. Assim, defende-se a necessidade de se ampliar o desenvolvimento de atividades acadêmicas, para estudantes de cursos de graduação em enfermagem, nas unidades assistenciais que integram a rede de serviços de saúde do SUS, para não se limitar a formação dos enfermeiros, às necessidades do mercado, que muitas vezes se reduzem às dimensões técnicas e mecanicistas do conhecimento e da aprendizagem. Para tanto, pautados no desenvolvimento de competências, os docentes devem estar preparados para a vivência de situações reais e imprevisíveis, que emergem nos campos de prática, utilizando-se destas para a construção de conhecimentos e saberes que norteiam a formação dos futuros enfermeiros.
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