Apresentação: A violência doméstica é uma ação baseada no gênero, que pode causar sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral, patrimonial e óbito, sendo um grave problema de saúde pública e de direitos humanos. No Brasil, com a promulgação da Lei Maria da Penha, a saúde passou a compor a rede assistencial e de enfrentamento da violência contra as mulheres, as quais buscam os serviços de saúde com problemas resultantes da violência sofrida, tais como: infecções sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, sofrimento mental, transtornos alimentares e problemas com álcool e drogas. Logo, os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, têm papel essencial na detecção da violência doméstica e na assistência às vítimas, promovendo segurança e atendimento integral a essa população. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo descrever a assistência humanizada da enfermagem às mulheres vítimas de violência doméstica. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de uma revisão da literatura, do tipo descritiva. Realizou-se a busca de artigos incluídos no período de abril de 2021 a dezembro de 2023, nas bases de dados SciELO e LILACS. Dos 32 artigos encontrados, 14 atenderam ao critério de inclusão, que consistia em estudos gratuitos e alinhados ao objetivo da pesquisa. Resultados: Conforme os artigos analisados, sabe-se que na rede de atenção em saúde às mulheres vítimas de violência doméstica, o primeiro atendimento acontece na Unidade de Pronto Atendimento ou na Estratégia de Saúde da Família com o profissional de enfermagem, o qual presta um atendimento humanizado, através da realização da avaliação física ao observar sinais como cefaleia, dores musculares, emagrecimento, lesões pelo corpo, medo, isolamento e depressão, assim como realiza a escuta e acolhimento, cabendo ao enfermeiro efetuar assistência em saúde conforme a necessidade da vítima, como também referenciar para serviços de saúde especializados. Assim como atuar nas orientações acerca dos direitos sobre a importância da denúncia, da mesma maneira, é necessário conhecer a delegacia especializada no atendimento à mulher e o núcleo de apoio assistencial, uma vez que a vítima se encontra fragilizada e desamparada diante da situação, necessitando de cuidados efetivos e direcionados para cada caso. No entanto, tal conduta enfrenta obstáculos, como a falta de conhecimento e preparo dos serviços de saúde, pois os estudos avaliados mostram expressiva necessidade de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais, visto que muitos possuem dificuldades na identificação e no cuidado à mulher em situação de violência, impedindo o reconhecimento dos casos e gerando uma postura fria e desumanizada para com as vítimas. Considerações Finais: Portanto, a presente pesquisa evidenciou a importância da humanização da assistência de enfermagem à mulher vítima de violência, haja vista que este profissional tem essencial relevância no reconhecimento da situação de violência e na prestação do atendimento de forma acolhedora, ao se promover confiança, conforto e segurança à mulher, de modo a garantir o direito à saúde integral e efetiva.