A busca pela garantia do direito universal à saúde, de forma equânime e integral, passa, necessariamente, pela melhoria do acesso e do cuidado produzidos em diferentes serviços de saúde, particularmente os especializados. Nesse sentido em agosto de 2023 foi pactuado na Comissão Intergestores Tripartite – CIT a Política Nacional da Atenção Especializada – PNAES. Ela apresenta um conjunto de diretrizes, dimensões e eixos estruturantes e não define de antemão um padrão único de tecnologias de gestão e cuidado ou de modelagem de serviços. Dessa forma a PNAES se expressa como um plano comum aberto para se diferenciar no encontro com realidades singulares e heterogêneas que caracterizam as diferentes regiões de saúde do Brasil. A fim de realizar um diagnóstico situacional multidimensional da AES no Brasil, está em andamento a pesquisa intitulada Cartografia da Atenção da Especializada no Brasil: PNAES a partir de um estudo de caráter qualitativo, multicêntrico, e est[a sendo desenvolvido com a equipe da Secretaria de Atenção Especializada (SAES) do Ministério da Saúde (MS), com a parceria do Conass e do Conasems, no âmbito do Termo de Execução Descentralizada (TED) celebrado entre o MS-SAES e a Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina- Laboratório de Saúde Coletiva (Unifesp-EPM-Lascol). Em São Paulo, a estratégia metodológica contou com uma cartografia imersiva em uma macrorregião, a chamada RRAS (Rede Regional de Atenção à Saúde) pelo Estado de São Paulo. Desse modo, se fez possível analisar a AES em movimento, a partir de diferentes perspectivas de atores e atrizes dos serviços que se relacionam à AES de uma região de saúde. Como resultado, apresentamos quatro grandes eixos analíticos: a) “Regulação no quente”: estratégias de regulação que se fazem em ato e também nas bordas dos sistemas; b) rede ensino-serviço e formação médica, no sentido de discutir o impacto da formação médica na AES, o papel da universidade na formação de profissionais da saúde e a necessidade de atuação de pesquisa-ensino-extensão junto aos municípios; c) “ Sem camaradagem não existe o sus” e o conceito de regionalização solidária e d) O papel das Organizações Sociais em Saúde (OSS) e das instituição filantrópicas na AES, a partir da lógica de mercado e de financiamento. É importante mencionar que a pesquisa continua segue em sua fase de análise com o grupo de pesquisa e outros resultados podem ser apontados, a partir da análise dos resultados das pesquisa de campo relacionadas com os dados quantitativos em relação à autonomia e (in)suficiência da rede.