Apresentação: As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são ambientes críticos onde pacientes recebem cuidados especializados e contínuos, frequentemente envolvendo suporte vital e intervenções complexas. Nesse cenário, o enfermeiro desempenha um papel decisivo para assegurar que os cuidados sejam coordenados de maneira eficiente e segura. A coordenação do cuidado abrange uma série de atividades, desde a gestão de recursos humanos e materiais até a comunicação eficaz entre a equipe multidisciplinar e o monitoramento constante da evolução do paciente. As ações de enfermagem são fundamentais para garantir a continuidade do cuidado, minimizar erros e promover a recuperação do paciente. Os enfermeiros não apenas possuem habilidades técnicas, mas também competências em liderança, tomada de decisão e comunicação. São responsáveis por implementar os planos de cuidado, monitoram a resposta do paciente às intervenções e ajustam as estratégias conforme necessário. Além disso, atuam como intermediários entre pacientes, famílias e equipe médica, assegurando que todos estejam informados e alinhados com os objetivos do tratamento. Dado o ambiente de alta pressão e a necessidade de decisões rápidas e precisas, a coordenação eficaz dos cuidados em UTI pode impactar expressivamente os resultados dos pacientes. Compreender e destacar o papel do enfermeiro nesse contexto é essencial para melhorar a qualidade do atendimento e promover desfechos clínicos positivos. Através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o enfermeiro se torna um elo vital entre a equipe multidisciplinar, os pacientes e suas famílias, contribuindo para a recuperação e o bem-estar dos indivíduos sob seus cuidados. Objetivo: O objetivo do estudo foi explorar o papel do enfermeiro na coordenação do cuidado em UTI, destacando suas responsabilidades, desafios e a importância de suas funções para a qualidade do atendimento aos pacientes. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de revisão da literatura de caráter descritivo com abordagem qualitativa, permitindo a inclusão de estudos com diferentes metodologias para obter uma visão abrangente sobre o tema. A busca foi realizada em bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed, Scopus, e Scielo, utilizando palavras-chave como "coordenação do cuidado", "enfermeiro", "unidades de terapia intensiva" e "resultados dos pacientes". Os critérios de inclusão foram: estudos publicados nos últimos dez anos, em inglês ou português, que abordassem o papel do enfermeiro na coordenação do cuidado em UTIs. A seleção dos artigos foi realizada em duas etapas: primeiro, por meio da leitura dos títulos e resumos para identificar os estudos potencialmente relevantes; segundo, pela leitura completa dos textos para confirmar sua inclusão na revisão. Os dados foram extraídos e sintetizados em categorias temáticas, conforme o objetivo desta revisão. Resultados: A análise da literatura revelou várias funções e responsabilidades dos enfermeiros na coordenação do cuidado em UTIs. As principais funções incluem gestão e coordenação da equipe, planejamento e implementação do cuidado, monitoramento e avaliação, além de comunicação e orientações. Os enfermeiros desempenham um papel importante na liderança da equipe de trabalho multidisciplinar e na gestão, porém tem como principal função desenvolver e implementar planos de cuidado individualizados para os pacientes. Isso envolve a avaliação contínua do estado do paciente, a adaptação dos planos de cuidado conforme necessário e a coordenação das intervenções com outros profissionais de saúde. O monitoramento constante dos pacientes é uma função central dos enfermeiros em UTIs, asseguram a comunicação eficaz entre os membros da equipe e garantem que todos os profissionais estejam alinhados com os planos de cuidados, utilizam tecnologias avançadas para monitorar sinais vitais e outros parâmetros críticos, interpretam os dados e tomam decisões rápidas para ajustar o cuidado conforme necessário, fornecem informações sobre o estado do paciente, explicam os procedimentos e intervenções, e oferecem suporte emocional, orientam os pacientes e suas famílias sobre os cuidados necessários durante e após a hospitalização. Os desafios enfrentados pelos enfermeiros na coordenação do cuidado em UTIs incluem a alta carga de trabalho, a necessidade de decisões rápidas e precisas, e a gestão de situações de alta pressão. Além disso, a falta de recursos e a necessidade de comunicação eficaz entre a equipe multidisciplinar trazem desafios para a coordenação do cuidado. O impacto da coordenação do cuidado pelos enfermeiros nos resultados dos pacientes é decisivo na evolução do prognóstico. Estudos mostram que a coordenação eficaz está associada a melhores desfechos clínicos, incluindo menor mortalidade, redução de complicações e melhor recuperação dos pacientes. Além disso, a presença de enfermeiros capacitados e bem treinados na coordenação do cuidado contribui para a satisfação dos pacientes e suas famílias. Outro destaque da literatura ´é a importância do papel do enfermeiro na promoção de práticas baseadas em evidências dentro da UTI. Enfermeiros que estão bem-informados sobre as últimas pesquisas e diretrizes clínicas são capazes de implementar intervenções mais eficazes e inovadoras, contribuindo para a melhoria contínua da qualidade do cuidado. Como por exemplo, a integração de tecnologias avançadas, como sistemas eletrônicos de prontuário e ferramentas de monitoramento remoto, tem potencializado a capacidade dos enfermeiros de coordenar cuidados de maneira mais precisa e eficaz. Nesse ínterim, estudos aponta que a capacitação contínua em novas tecnologias e práticas baseadas em evidências não só melhora os desfechos dos pacientes, mas também aumenta a confiança e a competência dos enfermeiros na gestão de cuidados complexos. Este avanço tecnológico, aliado a uma formação robusta, permite que os enfermeiros atuem com maior autonomia e assertividade, minimizando erros e aprimorando a segurança do paciente. Considerações finais: Os enfermeiros desempenham um papel vital na coordenação do cuidado em unidades de terapia intensiva. Suas funções incluem a gestão da equipe, o planejamento e implementação do cuidado, o monitoramento contínuo dos pacientes e a comunicação com pacientes, famílias e equipe médica. Apesar dos desafios enfrentados, a coordenação eficaz do cuidado pelos enfermeiros resulta em melhores desfechos clínicos e maior satisfação dos pacientes. Para melhorar a coordenação do cuidado em UTIs, é essencial investir na formação e capacitação contínua dos enfermeiros, proporcionando-lhes as habilidades necessárias para enfrentar os desafios do ambiente de terapia intensiva. Além disso, políticas de saúde que promovam recursos adequados e apoio institucional são fundamentais para assegurar que os enfermeiros possam desempenhar suas funções de maneira eficaz,, proporcionando um cuidado holístico e integral ao paciente.