Apresentação: Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) possuir como princípios a universalidade, a equidade e a integralidade, sua aplicabilidade é afetada por fatores históricos, culturais e políticos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Logo, ao analisarmos o racismo como determinante social entendemos como este interfere no processo de adoecimento da população negra. Quando a mulher negra é inserida neste debate, adiciona-se ainda o “racismo patriarcal” que estipula outras formas de violência principalmente sobre o sexo feminino. Objetivo: Contribuir e oferecer destaque a discussão sobre a temática de saúde pública sob uma visão interseccional das necessidades e obstáculos encontrados por mulheres pretas e pardas no território brasileiro em diversos aspectos do atendimento e níveis de atenção em saúde. Desenvolvimento: Foi feita uma revisão de literatura nas bases de dados Google Scholar, PubMed (Medline) e Scielo, a partir da seleção de descritores referentes ao tema abordado. Os estudos foram selecionados de acordo com título, resumo e leitura completa. Feita a seleção dos artigos, procedeu-se a análise e leitura das referências bibliográficas deles, buscando achar outros escritos não revelados na pesquisa bibliográfica inicial. Resultados: Em relação à saúde reprodutiva das mulheres negras notou-se que estas possuem menor acesso aos serviços preventivos e baixa qualidade da assistência prestada durante o ciclo gravídico-puerperal, além de apresentarem maior probabilidade de certos padecimentos decorrentes principalmente de suas condições socioeconômicas. Negligência, condutas ofensivas e preconceituosas, superficialidade do cuidado e tratamento indiferente estão entre as formas de discriminação referidas. Expostas as mais diversas violências, também estão mais fragilizadas à ocorrência de doenças psíquicas que ampliam a vulnerabilidade a situações de opressão por terceiros ou auto infligida. Considerações finais: Evidenciadas as particularidades do processo saúde-doença das mulheres negras no Brasil e a negligência com seu cuidado, pode-se afirmar que a necessidade de enfrentamento do racismo institucional na área de saúde é impreterível, assim como uma ampliação da produção científica sobre essa temática, para que haja dessa forma uma concretização de ações e estratégias de combate as disparidades que as acometem.