Apresentação: O acesso aos serviços de saúde é um direito fundamental reconhecido internacionalmente como essencial para a promoção da saúde e o bem-estar das populações. No entanto, apesar dos esforços globais para garantir a universalidade do acesso, muitas pessoas, especialmente as mulheres, continuam a enfrentar uma série de barreiras que dificultam ou impedem o acesso equitativo aos cuidados de saúde necessários. As mulheres, em particular, enfrentam desafios únicos no acesso aos serviços de saúde, que vão desde questões relacionadas à saúde reprodutiva e materno-infantil até o acesso a cuidados especializados e preventivos. Essas barreiras podem ser influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo status socioeconômico, geografia, cultura, raça, etnia e identidade de gênero. A desigualdade de gênero desempenha um papel significativo nas disparidades de acesso aos cuidados de saúde, com mulheres muitas vezes enfrentando obstáculos adicionais devido a normas sociais e culturais que limitam sua autonomia e tomada de decisão em relação à saúde. Essas normas podem afetar sua capacidade de buscar cuidados de saúde preventivos, receber tratamento adequado para condições de saúde crônicas ou agudas, e acessar serviços de saúde sexual e reprodutiva. Neste contexto, compreender e abordar as múltiplas barreiras que as mulheres enfrentam no acesso aos serviços de saúde é fundamental para promover a equidade em saúde e garantir que todas as mulheres tenham acesso aos cuidados de que precisam, quando precisam. Além disso, promover a igualdade de gênero na liderança global em saúde por meio da integração da perspectiva de gênero e abordagens transformadoras para remover as normas sociais e culturais que reforçam as disparidades de gênero no acesso à saúde. Ao implementar essas estratégias e políticas, podemos trabalhar para garantir que as mulheres em todo o mundo tenham acesso igual a serviços de saúde equitativos e de qualidade Objetivo: Identificar as principais barreiras socioeconômicas que impedem as mulheres de acessar serviços de saúde adequados. Desenvolvimento do trabalho: Para esta revisão de literatura, foi realizada uma busca em bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed e Scielo, utilizando termos de busca relacionados a barreiras de acesso, serviços de saúde e mulheres. Foram incluídos estudos que abordavam especificamente as barreiras de acesso enfrentadas pelas mulheres nos serviços de saúde, publicados nos últimos 10 anos. Ao todo foram encontrados 211 artigos sobre a temática, sendo 6 incluídos neste trabalho. Os artigos selecionados foram revisados e analisados quanto às principais barreiras identificadas, suas causas e consequências. Resultados: A análise dos estudos selecionados revelou uma série de barreiras de acesso enfrentadas pelas mulheres nos serviços de saúde. Em muitas comunidades, especialmente em áreas rurais e remotas, a falta de acesso geográfico é uma das principais barreiras, dificultando o acesso a serviços médicos essenciais, como consultas médicas, exames e tratamentos especializados. Além disso, o custo dos serviços de saúde é frequentemente citado como uma barreira significativa, especialmente para mulheres de baixa renda ou sem seguro saúde. As despesas com consultas médicas, medicamentos, procedimentos e internações podem ser proibitivas, levando muitas mulheres a adiarem ou evitarem a busca por cuidados de saúde, mesmo quando necessário. O estigma e a discriminação por parte dos profissionais de saúde também representam uma barreira significativa ao acesso aos serviços de saúde para as mulheres. Mulheres de minorias étnicas, LGBTQIA+ e outras populações marginalizadas muitas vezes enfrentam discriminação e tratamento inadequado nos serviços de saúde, o que pode desencorajá-las a procurar cuidados de saúde quando necessário. Além disso, a falta de informação sobre os serviços de saúde disponíveis e os direitos de saúde das mulheres pode limitar seu acesso aos cuidados de saúde preventivos e ao tratamento oportuno de condições de saúde. A educação em saúde e a conscientização sobre os direitos de saúde são fundamentais para capacitar as mulheres a tomar decisões informadas sobre sua saúde e buscar os cuidados de que precisam. Por fim, as barreiras de acesso aos serviços de saúde enfrentadas pelas mulheres são frequentemente exacerbadas por fatores sociais, econômicos e culturais, como normas de gênero, desigualdade de renda, falta de educação formal e discriminação sistêmica. Abordar esses determinantes sociais da saúde é fundamental para promover o acesso equitativo aos serviços de saúde e garantir que todas as mulheres tenham a oportunidade de alcançar e manter sua saúde e bem-estar. Os resultados também apontaram para a necessidade de abordar questões estruturais e sistêmicas que contribuem para as barreiras de acesso enfrentadas pelas mulheres. Entre esses desafios estão a falta de infraestrutura de saúde adequada em áreas rurais e remotas, a escassez de profissionais de saúde treinados e capacitados para lidar com as necessidades específicas das mulheres, e as políticas restritivas que limitam o acesso a determinados serviços de saúde, como contracepção e aborto seguro. Outro aspecto destacado nos resultados é a importância da conscientização e da educação em saúde para capacitar as mulheres a buscarem e acessar os serviços de saúde de que necessitam. Isso inclui fornecer informações precisas e culturalmente relevantes sobre saúde sexual e reprodutiva, promover a conscientização sobre direitos de saúde e garantir o acesso a recursos e apoio para ajudar as mulheres a superarem barreiras como estigma, discriminação e falta de conhecimento sobre os serviços disponíveis. Diante desse cenário, é imperativo que gestores de saúde, profissionais de saúde, formuladores de políticas e membros da sociedade civil trabalhem em conjunto para identificar e abordar as barreiras específicas enfrentadas por mulheres em diferentes contextos e grupos demográficos. Isso inclui medidas para reduzir as disparidades socioeconômicas, promover a educação em saúde, fortalecer os sistemas de saúde e garantir o acesso a serviços de saúde acessíveis e culturalmente sensíveis. Considerações finais: Diante do exposto, torna-se evidente a necessidade premente de ações estratégicas e políticas públicas que promovam a equidade no acesso aos serviços de saúde para mulheres. Além disso, é imprescindível reconhecer o papel fundamental das políticas de saúde, educação em saúde e advocacia para garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário a cuidados de saúde de qualidade. A superação das barreiras de acesso aos serviços de saúde para mulheres não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma questão de saúde pública, ao garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário aos cuidados de saúde de que necessitam, podemos não apenas a melhoria de saúde individuais, mas também promover o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das comunidades como um todo.