A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ENFERMAGEM NO CONTEXTO DO PRÉ-NATAL

  • Author
  • Scheyla Fraga Ferreira Rauta
  • Co-authors
  • Guilherme Ferreira Rauta , Scheylane Fraga Ferreira kohler
  • Abstract
  • Apresentação: Considerado um acompanhamento de suma importância no contexto da Atenção à Saúde da Mulher, o pré-natal está diretamente relacionado aos desfechos perinatais positivos, de forma que, quando há uma gestação de baixo risco, este pode ser realizado pelo enfermeiro. Em vista disso, para que ocorra um atendimento holístico e humanizado, torna-se indispensável a postura acolhedora, que estabeleça um vínculo de confiança e respeito entre a gestante e o profissional de saúde, bem como se faz necessário o estímulo às ações educativas e preventivas. Além disso, aponta-se que a qualificação dos profissionais de Enfermagem tem efeito significativo na redução de morbimortalidade materna, sendo um fato reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Federação Americana de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e as Nações Unidas e a Confederação Internacional de Parteiras (ICM). No entanto, estudos comprovam que existe uma deficiência no cuidado de Enfermagem prestado à mulher durante o ciclo gravídico, principalmente no que tange às competências específicas da obstetrícia, o que leva a uma prática com pouco ou nenhum embasamento científico e consequente déficit na assistência prestada. Assim, se faz necessário a formação profissional para além da graduação, de modo a qualificar os enfermeiros, conforme a necessidade das unidades de saúde, e favorecer a sua participação efetiva na assistência obstétrica. Diante do exposto, objetivou-se analisar a importância dos programas de educação permanente em Enfermagem no contexto da realização do pré-natal. Método: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura utilizando as bases de dados LILACS, BDENF e PUBMED, acessadas por meio da plataforma Biblioteca Virtual de Saúde (BVS); utilizou-se os descritores Educação Permanente AND Enfermagem AND Pré-natal, selecionados a partir da plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), bem como foram aplicados os filtros de texto completo, publicados nos últimos 10 anos. Dos 18 artigos encontrados, após a leitura do título e resumo, foram excluídos 10 artigos por não terem relação com o tema, 3 revisões e uma tese. Sequencialmente, após a leitura na íntegra dos textos, 2 artigos foram excluídos por não apresentarem relação com a temática, totalizando 4 artigos utilizados para a construção do presente trabalho. Resultados: As mulheres lutaram durante muito tempo para terem seus direitos reprodutivos garantidos e, ainda hoje, muito se discute sobre o assunto, principalmente no que diz respeito à área de saúde pública. Entende-se que o setor materno-infantil ainda é um grande desafio para os serviços de saúde, haja vista sua complexidade e o grande impacto dos indicadores de saúde relacionados à mortalidade materna. Dessa forma, o Ministério da Saúde implementou o Programa de Humanização no Parto e Nascimento (PHPN) em junho de 2000, com intuito de ampliar e melhorar o acesso aos serviços de atenção básica e especializada ao pré-natal, parto, puerpério e ao recém-nascido. Assim, o enfermeiro se apresenta como profissional na linha de frente para a efetivação das ações propostas pelo Ministério da Saúde, visto que este pode ofertar uma atenção integral, humanizada, resolutiva e de qualidade na assistência à gestante, parturiente e puérpera, o que coopera para a prevenção de morbimortalidade e promoção de saúde no âmbito de agente educador, seguindo a regulamentação proposta pela lei do exercício profissional de 1987. Sob esse viés, a educação permanente em saúde (EPS) tem como base a aprendizagem com a possibilidade de transformar as práticas em saúde em um processo organizado e baseado em evidências científicas concretas, de modo que o ensinar e o aprender são incorporados diretamente no cotidiano das organizações de trabalho. Em 2007, a partir da Política Nacional de Educação, a EPS foi ampliada e passou a ter como foco a mudança dos processos de formação profissional e a qualificação em práticas de ensino e gestão dos sistemas de saúde, de forma que integrou vários segmentos do sistema e permitiu o avanço de novas tecnologias em saúde. Dessa forma, surge a necessidade de pôr em prática um processo de educação permanente crítico e reflexivo, contribuindo de forma efetiva na produção de um Sistema Único de Saúde (SUS) efetivo e prático em todas as nuances. Espera-se, com isso, que a Atenção Primária à Saúde (APS) possa ser um espaço que contemple a mulher durante todo o ciclo gravídico-puerperal, até os dois anos de idade do filho, de forma humanizada e integral. Além disso, fica claro a necessidade da EPS para que o serviço fundamentado na Rede Cegonha seja completo, visto que essa coopera para a construção de profissionais capacitados para lidar com todas as situações, desmistificando as consultas de pré-natal e o parto, além de favorecer a adesão do público alvo aos cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde. Ademais, convém pontuar que a EPS é vista como uma importante ferramenta na construção de um vínculo forte entre paciente e enfermeiro, de forma a garantir sua autonomia e segurança durante todo o processo de assistência ao parto, bem como proporciona a mudança de comportamentos e o melhor entrosamento com a equipe de enfermagem, o que, consequentemente, garante uma melhora no atendimento à população alvo. No entanto, existe um déficit no processo de educação permanente dos sistemas de saúde, onde a não institucionalização e a falta de incentivo aos processos profissionalizantes externos evidenciam uma consequente baixa adesão profissional a essas questões educacionais. De maneira análoga, existe um receio generalizado dos profissionais inseridos no mercado de trabalho quanto às atividades que são desenvolvidas esporadicamente, principalmente pelo entendimento de insuficiência e pela apreensão no desenvolvimento de seu papel enquanto enfermeiro frente a situações atípicas em consultas de pré-natal. Conclusão: As ações desenvolvidas no âmbito da educação permanente em saúde na área de Enfermagem Obstétrica são capazes de potencializar os conhecimentos do profissional, o que assegura maior autonomia, interação interprofissional aprimorada, melhora no processo de cuidar sob a visão humanizada e holística necessárias. Pode-se afirmar que a falta de conhecimento, a difícil adesão dos profissionais às boas práticas de assistência, a baixa capacitação profissional e o tempo de atendimento limitado influenciado pelas longas filas de espera são os principais fatores que corroboram na baixa qualidade da assistência de Enfermagem prestada na Atenção Primária no SUS. Assim, é necessário o aprimoramento do processo de trabalho da Enfermagem de modo geral, o que envolve mudanças na dinâmica do atendimento na Atenção Básica, o que, consequentemente, pode promover maior qualidade na assistência materno-infantil. 

  • Keywords
  • Educação Permanente, Enfermagem, Pré-natal
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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