Apresentação: A adesão terapêutica é fundamental para a resolutividade de qualquer tratamento. Abandono e/ou cumprimento incorreto de prescrições além do insucesso terapêutico, contribuem ao risco de agravamento de doenças e até para mortalidade. A baixa adesão medicamentosa interfere no curso de doenças, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) que têm seus sintomas controlados, contribuindo para qualidade de vida dos pacientes. Na recorrência do descontrole de sintomas da HAS e DM as equipes de Atenção Básica podem incluir visitas domiciliares no acompanhamento dos pacientes, com diferentes profissionais atuando nos fatores interferentes na adesão terapêutica. Com isso é importante conhecer como a Assistência Farmacêutica pode ser efetivamente implementada no cuidado domiciliar. Assim questionou-se como o acompanhamento em visita domiciliar de pacientes crônicos pode contribuir para efetividade da adesão à Farmacoterapia.
Metodologia: Trabalho descritivo, do tipo relato de experiência, sobre acompanhamento e assistência farmacêutica em domicílio de pacientes adscritos em território de saúde do distrito de Assunção, município de Muniz Freire-ES, de julho a outubro de 2023. Realizou-se visitas domiciliares com equipe composta por Agente Comunitária de Saúde e Técnica de Enfermagem e Assistente Social e Farmacêutica da Equipe Multiprofissional Ampliada do ICEPi . A definição dos pacientes deu-se a partir da avaliação pela equipe da UBS com relação à recorrência de descontrole de pressão arterial e do nível de glicemia, aspectos relacionados à adesão ao tratamento farmacológico, como uso inadequado e/ou desuso de medicamentos.
Resultados: Foram escolhidos 4 pacientes com média de idade de 67 anos, 3 do sexo feminino e 01 masculino. Duas pacientes com quadro de hipertensão e diabetes a terceira era somente hipertensa, enquanto o paciente era somente diabético, totalizando 9 visitas. O cuidado seguiu com: aferição da pressão arterial e medida de glicemia capilar , avaliação de auto relato e observação das condições de vida, moradia e relações familiares. E assistência farmacêutica com: verificação da validade com recolhimento de medicamentos vencidos, verificação da prescrição médica para manutenção/atualização, contagem de medicamentos entre visitas para prevenir desuso, orientações gerais sobre importância da adesão ao tratamento e confecção de caixa organizadora para os medicamentos, entregue aos pacientes na segunda visita do acompanhamento domiciliar. Após as visitas observou-se melhora da adesão ao tratamento, correção de problemas: uso de doses subterapêuticas uso de medicamentos não prescritos além de mudanças de atitudes como maior atenção para guarda e prevenção do uso de medicamentos vencidos e redução do uso de medicamentos com prescrições vencidas.
Conclusão: O acompanhamento de pacientes crônicos em visita domiciliar permite a equipe desenvolver o cuidado de modo integral e longitudinal, com foco na singularidade dos pacientes. Em relação à implementação da assistência farmacêutica esse acompanhamento ofereceu oportunidade para farmacêutica avaliar no domicílio em que condições se encontravam os medicamentos dos pacientes e como o administravam. Concomitantemente permitiu correção e resolutividade dos problemas identificados na baixa adesão medicamentosa de forma assistida e mais eficaz. A experiência relatada evidenciou também necessidade de incluir o acesso de assistência farmacêutica em domicílio nos demais territórios de saúde no município.