Mortalidade infantil evitável na macrorregião Sul de Minas Gerais, Brasil, de 2018 a 2022: um estudo epidemiológico

  • Author
  • Marie Pacheco Laines Vicente
  • Co-authors
  • Rafaella Dhom Ferrari Matos Gomes , Thaís Estevão Bernardes , Gabriel da Silva Brazões Pereira
  • Abstract
  • Apresentação: A mortalidade infantil é um importante indicador da qualidade da saúde pública, sobretudo a mortalidade infantil evitável, cuja análise pode proporcionar melhorias nos serviços de saúde oferecidos à população. Este estudo epidemiológico descritivo tem o objetivo de avaliar os óbitos infantis por causas evitáveis na macrorregião Sul de Minas Gerais e viabilizar discussões acerca da saúde no local. No período analisado, Minas Gerais registrou um total de 15.718 mortes infantis evitáveis, sendo 562 delas no Sul, representando um percentual de 3,57% das mortes infantis evitáveis do estado. 

    Desenvolvimento: O presente estudo visa analisar os dados oferecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), na faixa etária de 0 a 4 anos e num período de 5 anos (2018 a 2022). As informações relacionadas à mortalidade infantil por causa evitável foram observadas por faixa etária, por ano e por causa, de modo a possibilitar o enfrentamento a possíveis falhas do serviço de saúde ofertado, falhas no acesso a esse serviço ou questões relacionadas ao aspecto sanitário e socioeconômico da macrorregião Sul. 

    Resultados: No período analisado, de 2018 a 2022, houve considerável flutuação por ano, mas certa homogeneidade em 2018 e em 2022, pontualmente: 2018, 125 casos; 2019, 115 casos; 2020, 93 casos; 2021, 100 casos; 2022, 129 casos. Em relação à faixa etária infantil, 293 do total de 562 mortes infantis evitáveis ocorreram de 0 a 6 dias de vida, 77 de 7 a 27 dias de vida, 125 de 28 a 364 dias de vida e 67 entre o primeiro e o quarto ano de vida. Considerando-se as causas evitáveis, temos: 120 mortes reduzíveis por atenção à mulher durante a gestação, destacando-se entre elas 64 mortes devido à síndrome da angústia respiratória do recém nascido; 48 mortes reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto, destacando-se entre elas 21 mortes devido à hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer e 16 mortes devido à síndrome da aspiração neonatal (exceto leite e alimentos); 167 mortes reduzíveis por atenção ao recém-nascido, destacando-se entre elas 71 mortes devido a infecções do período neonatal (exceto síndrome da rubéola congênita e hepatite viral congênita) e 66 mortes devido ao transtorno respiratório cardiovascular do período neonatal.

    Considerações finais: Em posse dos dados citados, constata-se que há uma significativa estagnação no número de mortes em 2018 e em 2022. Além disso, há prevalência de algumas causas, as quais se mantêm durante o período analisado, bem como uma relevante predominância do número de mortes evitáveis de 0 a 6 dias. Tais informações sugerem uma possível falta de atenção no cuidado tanto à gestante quanto ao recém nascido, o que pode levar ao questionamento de necessidades da saúde dessa macrorregião, como limitação de recursos ou capacitação ineficiente das equipes de atenção. Ademais, deve-se considerar como se encontra o acesso ao cuidado e as condições sanitárias e socioeconômicas que podem a influenciar o número e as causas dessas mortes, de modo a promover a saúde e mitigar a mortalidade infantil evitável na Macrorregião Sul de Minas Gerais.

  • Keywords
  • Mortalidade infantil, Estudo epidemiológico, Causas de morte-doença, Mortalidade evitável
  • Subject Area
  • EIXO 3 – Gestão
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