Apresentação: Estes resultados fazem parte da pesquisa “Cuidando de quem cuida: a saúde do trabalhador da saúde no pós pandemia da covid 19”, desenvolvida pelo Observatório de Recursos Humanos da UFRN com financiamento do Ministério da Saúde. O cuidado com a saúde do trabalhador(a) que sempre foi uma pauta essencial tornou-se, a partir de todos os desafios impostos pela pandemia, uma questão necessária, prioritária e inegociável, sob pena do esvaziamento da força de trabalho, seja pelo óbito, adoecimento ou mesmo exaustão desses profissionais que compõem a linha de frente dos serviços essenciais de saúde. Objetivo: analisar em que medida a prática de atividade física contribui para a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores da Saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com abordagem quali-quantitativa. Os participantes foram constituídos por trabalhadores(as) ativos do Ministério da Saúde lotados em Brasília, nas Superintendências Estaduais, nos Hospitais e Institutos Federais ou nos Distritos Sanitários Indígenas, com amostra de conveniência, independente da modalidade de vínculo de trabalho. Os dados foram coletados através de questionário online por meio do google forms, constituído por 35 questões fechadas e duas abertas, englobando informações sobre: dados sociodemográficos, educativos, laborais, de saúde, de adesão a atividade física e sobre a existência de espaços para a prática de atividade física no seu ambiente de trabalho. Participaram 562 trabalhadores, dos quais 74% são mulheres e 26% homens. Resultados: Perfil sociodemográfico dos respondentes - Sobre a orientação sexual, 88,4% referiram ser heterossexuais. 47,3% são brancos, 39% pardos, 5,9% pretos, 2% amarelos e 5,9% indígenas. Sobre saúde física 51,6% consideravam-na boa, 16,7% muito boa, 23,9% regular, 2,7% ruim. Em relação à saúde mental 52,1% consideraram boa, 19,3% muito boa, 26% regular e 5,7% ruim. 34,9 % dos trabalhadores respondentes referem não ter doenças diagnosticadas. Entre os 65,1% que afirmam ter alguma doença, as mais prevalentes são: depressão, ansiedade, insônia, síndrome do pânico e outros transtornos psíquicos; sobrepeso ou obesidade; hipertensão; doenças osteoarticulares; Dislipidemia. 72,4% teve Covid-19 e referem como principais sintomas pós-Covid a fadiga; dificuldades de linguagem; dores de cabeça; perda de paladar; dores e fraqueza muscular; distúrbios do sono e depressão e ansiedade. 61,9% pratica atividade física e 73,3% afirma que não é desenvolvida nenhuma atividade física de promoção da saúde do trabalhador em seu local de trabalho. Considerações finais: As estratégias de promoção da saúde do trabalhador(a) no eixo da atividade física podem contribuir significativamente para o combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, redução dos fatores de risco, melhoria dos sintomas pós-covid e qualidade de vida no trabalho trazendo, consequentemente, benefícios para a instituição, como aumento da motivação e redução dos afastamentos por motivo de doença. Nesse contexto, constitui-se como uma potente estratégia de gestão do trabalho e saúde do trabalhador, em função tanto de sua capacidade de enfrentamento e melhoria dos sintomas referidos, quanto na produção de ambientes de trabalho saudáveis, por meio do desenvolvimento de práticas coletivas que colaboram para a socialização e integração das equipes de trabalho, trazendo benefícios diretos para trabalhadores(as) e gestão.