Os ribeirinhos são pessoas que residem em casas flutuantes e/ou nas margens dos rios, em comunidades de baixa renda, que retiram da floresta o sustento básico, sendo vulnerável a vários tipos de doenças e com limitações de acesso ao atendimento de saúde. A Fisioterapia, tem sido uma das especialidades mais procuradas. Nessas comunidades, enfrentamos consideráveis desafios na realização de procedimentos fisioterapêuticos, devido à escassez de materiais e à falta de espaços adequados. Além disso, a logística para chegar até essas comunidades, incluindo transporte, disponibilidade de materiais, e os desafios ambientais e de percurso, adicionam complexidade à situação. No período de um ano trabalhando na área ribeirinha, iniciando em 06 de Março de 2023, com uma população estimada em 2.200 habitantes na região abrangente, a equipe da Unidade Básica de Saúde Irmã Adonai, na área 14, realizou um total de 1.001 procedimentos. Destes, 712 foram em pacientes do sexo feminino e 289 em pacientes do sexo masculino. Uma possível justificativa para a disparidade no número de atendimentos entre pacientes do sexo feminino e masculino pode ser atribuída a diferenças nos padrões de busca por cuidados de saúde entre os gêneros. Além disso, as mulheres também podem ter uma maior incidência de condições de saúde que exigem intervenções fisioterapêuticas, como dor crônica, distúrbios musculoesqueléticos relacionados à gravidez ou questões específicas relacionadas à saúde feminina. Ainda, foram conduzidas atividades laborais e ações no âmbito do Programa de Saúde na Escola (PSE). Nas comunidades ribeirinhas Aratamã, Missão, Flutuantes, Vila Bastos, Santa Clara, São Jorge e Santa Maria do Glória, foi observado que cada uma delas possui de 2 a 4 pacientes em tratamento funcional. Houve uma evolução positiva no quadro clínico de cada paciente, demonstrando a eficácia das intervenções realizadas. Este resultado indica não apenas o alcance dos serviços de saúde nessas áreas remotas, mas também a melhoria significativa na qualidade de vida e na funcionalidade dos habitantes ribeirinhos. Através deste trabalho, proporcionamos benefícios essenciais a pessoas que vivem em áreas de difícil acesso, onde a presença de idosos que necessitam dos procedimentos oferecidos é significativa. A população ribeirinha que se beneficia desses serviços são agricultores que não têm tempo nem recursos financeiros para buscar tratamentos na cidade. Além disso, durante a estação seca no estado do Amazonas, muitas comunidades ficam isoladas devido à redução do nível dos rios, ficando isolados e sem acesso aos atendimentos básicos de saúde e o deslocamento fica bastante longo, com caminhadas que duram de 2 a 3 horas do ponto de saída da embarcação até a comunidade. Podemos observar que o trabalho na agricultura, contribui para a geração de diferentes patologias, como Transtornos músculo-esqueléticos, que comprovam que a saúde dos agricultores estava sendo comprometida. A partir desse momento, ao verificarmos as incidências de patologias diagnosticadas nas visitas as comunidades, chegou-se à conclusão que as dores músculo-esqueléticas obtiveram o maior índice de ocorrências nessa população. A fisioterapia tem um papel fundamental nesse viés saúde-agricultura, se monstrando como uma opção para alívio da dor e retorno às atividades do dia-a-dia.
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