Introdução
A fisioterapia é uma área essencial para a promoção da saúde e a reabilitação de diversas condições. No contexto dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), ela assume um papel crucial na recuperação e na manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores. Este artigo busca traçar o perfil dos pacientes que realizam fisioterapia no CEREST Vale de Gravataí e no CEREST Bons Ventos, analisando as características demográficas, as condições de saúde mais frequentes e os desafios enfrentados.
Metodologia
Para traçar o perfil dos pacientes atendidos, foram analisados dados demográficos, clínicos e ocupacionais dos pacientes que buscaram tratamento fisioterapêutico no CEREST Vale de Gravataí e no CEREST Bons Ventos. As informações foram obtidas através de prontuários eletrônicos e avaliações fisioterapêuticas, abrangendo tanto os atendimentos em grupo quanto os individuais.
Resultados
Durante a análise, foi observada uma predominância de mulheres com idades entre 34 e 60 anos nos atendimentos, destacando-se principalmente nas profissões de costureira, serviços gerais, doméstica, cozinheira e auxiliar de escritório. Já os homens, na faixa etária de 19 a 50 anos, foram mais representados por profissões como metalúrgico, técnico em manutenção e auxiliar de produção. Entre as mulheres, as dores na coluna foram uma queixa comum, enquanto a depressão foi identificada como prevalente nos atendimentos. Por outro lado, entre os homens, a tendinopatia de ombro emergiu como uma queixa frequente.
Discussão
Os resultados revelam uma clara diferenciação entre os grupos de pacientes, tanto em termos de características demográficas quanto de queixas e patologias apresentadas. Mulheres, representando uma faixa etária mais avançada e com profissões mais ligadas ao trabalho doméstico e de serviços, destacaram-se por queixas relacionadas à coluna e prevalência de depressão. Isso pode ser atribuído às exigências físicas e emocionais dessas ocupações, bem como às pressões sociais associadas aos papéis de gênero. Por outro lado, homens, mais jovens e geralmente envolvidos em trabalhos manuais e técnicos, apresentaram tendinopatia de ombro como uma queixa comum. Isso pode ser resultado das demandas físicas dessas profissões, como movimentos repetitivos e posturas inadequadas.
Essa diferenciação sugere a importância de abordagens diferenciadas no cuidado e prevenção de condições de saúde entre os gêneros. Além disso, ressalta a necessidade de considerar não apenas as características individuais dos pacientes, mas também os contextos sociais e ocupacionais em que estão inseridos. Ademais, a diversidade de profissões representadas em ambos os grupos evidencia a importância de estratégias de saúde ocupacional que abordem as necessidades específicas de cada categoria profissional.
Conclusão
O perfil dos pacientes que realizam fisioterapia no CEREST Vale de Gravataí e Bons Ventos demonstra a importância dos CERESTs. A predominância de lesões musculoesqueléticas e acidentes de trabalho entre os pacientes destaca a necessidade de reforçar as medidas preventivas nos ambientes de trabalho e de manter a continuidade dos tratamentos fisioterapêuticos. Assim, os CERESTs desempenham um papel crucial na promoção da saúde ocupacional e na reabilitação dos trabalhadores, desempenhando um papel fundamental na construção de ambientes de trabalho mais seguros e na formação de uma força de trabalho mais saudável.
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