A carência de ferro é a deficiência nutricional mais prevalente mundialmente, evidenciando quase dois bilhões de pessoas afetadas, principalmente em crianças (lactentes e pré-escolares) e em países emergentes. Este trabalho foi elaborado para contribuir no planejamento de estratégias em prática clínica baseada em evidências no controle da anemia ferropriva e estado nutricional avaliados por profissionais da atenção básica, em especial a atuação da enfermagem da área 14, no período de estiagem do ano de 2023 voltado a primeira infância ribeirinha das comunidades inseridas no Lago de Tefé/ Rio Solimões no decorrer de 4 meses (setembro a dezembro 2023). Tal questão é desafiadora, principalmente por se tratar da primeira infância ribeirinha e a maior seca descrita nos últimos anos, pois desencandeia uma tríade, voltada a questões sócio-culturais, ambientais e econômicas singulares. Focaremos como subsídios nas estratégias preventivas de combate à doença a suplementação de ferro e a fortificação da modificação de nutrição/dietética, congruente aos príncipios doutrinários do SUS, à equidade e universalidade. O combate a essa patologia deve ser uma prioridade notória, com esforços na realização de políticas públicas voltadas a crianças adequadas e cabíveis, promovendo envolvimento da comunidade, reformulando e/ou otimizando os serviços de saúde para atender essa demanda com qualidade. A amostra foi composta por 217 crianças cadastradas no PEC, na faixa etária de 0 a 5 anos de idade, do Lago de Tefé/ Rio Solimões, sendo realizado o acompanhamento/ monitoramento de 92 crianças durante o período supracitado, no qual 53 crianças foram avaliadas por meio da consulta de puericultura de enfermagem. Todas as 53 crianças assistidas por meio da avaliação clínica baseado em evidências, apresentaram sinais/ sintomas sugestivos a anemia ferropriva, como: fraqueza, tontura, falta de apetite, dificuldade cognitiva, hipocoloração de membros periféricos, baixa perfusão sanguínea e baixo peso para idade. Alterações clínicas estas, podendo estar relacionadas à condição socieconômica, cultural e ambiental. Apenas 13 crianças não surtiram retornos desejados, levando em consideração a não adesão aos cuidados prescritos (alimentação e suplementação de ferro). Obtivemos 40 crianças devidamente tratadas e acompanhadas conforme pode-se constatar nas consultas subsequentes, através de um plano nutricional (montagem de cardápio regional) direcionado e aplicado com a realidade das comunidades alcançando resultados positivos. Vale ressaltar que as 13 crianças as quais os responsáveis tiveram alguma dificuldade em aderir as orientações, foram realizadas intervenções individualizadas no intuito que as mesmas possam ser assistidas regularmente. O combate à deficiência de ferro deve ser assistida com maior atenção no acompanhamento do pré-natal, diminuindo o baixo peso ao nascer, a prematuridade e a anemia materna, bem como o incentivo ao aleitamento materno exclusivo, assim como uma consulta de puericultura de qualidade, reforçando a orientação sobre a alimentação saudável, principalmente em fontes ricas de vitaminas e ferro é essencial a montagem de um cardápio de acordo com a oferta local. Estas estratégias são medidas de fundamental importância para a redução da prevalência de anemia em crianças (0-5anos), fortalecendo as práticas clínicas baseadas em evidências segundo o AIDPI pautadas na atuação de enfermagem nas comunidades ribeirinhas.