Apresentação: A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma estratégia fundamental para atualização e aprimoramento de conhecimentos e competências profissionais. Sendo assim, este estudo tem por objetivo descrever e experiência da implementação da administração da Penicilina benzatina (PB) a partir da Educação Permanente em Saúde de profissionais na Atenção Primária à Saúde (APS), sob a ótica do acesso e da adesão ao tratamento da sífilis.
Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência a partir da implementação da administração de PB na APS para o tratamento da sífilis, tendo como estratégia principal a EPS com enfermeiros, atuantes no Programa de Qualificação a Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), nos municípios de: Barra de São Francisco, Vila Pavão, Alto Rio Novo, Mantenópolis e Água Doce do Norte. O processo formativo ocorreu entre no período de dezembro de 2023, utilizando metodologias ativas de aprendizagem na implementação do protocolo de administração da PB. Foram 4 encontros síncronos online onde foram discutidos sobre fisiopatologia, epidemiologia e o manejo da sífilis, procedimento de enfermagem, legislações vigentes e o protocolo para implementação pelos profissionais nos municípios. Realizado encontro presencial entre docente e profissionais para o desenvolvimento de habilidades para aplicação da PB.
Resultados: Observou-se profissionais sensíveis e com potencial de mudança de suas práticas, a partir de reflexões críticas sobre a importância de superação das barreiras de acesso no tratamento da sífilis no território.
Constatado adesão dos profissionais para implementação do protocolo, sendo destacadas atitudes pró-ativas na reorganização do serviço e na busca pelo apoio da gestão municipal.
Percebido o aperfeiçoamento de conhecimentos e habilidades profissionais, gerando maior segurança na implementação de protocolo.
A EPS se mostrou uma ferramenta que possibilitou a reflexão crítica reflexiva, permitindo a troca e compartilhamento de experiências, proporcionando a sensibilização dos profissionais e da gestão municipal, superando as fragilidades que impediam a implantação do procedimento. Com isso os 5 municípios adotaram o protocolo de tratamento da sífilis na APS demonstrando o protagonismo que o enfermeiro desempenha nas mudanças do cenário de prática. Com EPS os profissionais desenvolveram autonomia e segurança na realização do procedimento, consequentemente melhorando o acesso dos usuários que passaram a ser tratados e acompanhados pela equipe de saúde no próprio território, reduzindo o abandono, impactando no cenário epidemiológico da sífilis. Percebeu-se que com utilização das metodologias ativas os enfermeiros puderam aprender de forma autônoma e participativa, através do diálogo, potencializando o processo de ensino e aprendizagem resultando em mudança no cenário da prática.
Considerações finais: Conclui-se com este estudo que EPS pode ampliar os saberes, possibilitando a quebra de paradigmas, resultando na autonomia e segurança na execução do procedimento no âmbito da APS estreitando as barreiras de acesso, melhorando a adesão ao tratamento da sífilis. Diante dos aspectos analisados no estudo considera-se que o maior limitador para a implementação do procedimento da administração de PB era a insegurança do profissional enfermeiro.