Diante da diversidade presente e observada entre os trabalhadores do SUS, neste exemplar exaltaremos a diversidade etária, como enriquecimento, valorização e reflexão sobre profissionais que se dedicam ao nosso Sistema Único de Saúde, nos atendimentos da Atenção Primária.
Com a pluralidade de jovens e pessoas não tão jovens, com diversas experiências e formações, acadêmicas ou empíricas, somadas aos avanços tecnológicos, observamos nas relações de trabalho o “etarismo” de forma crescente e apresentado em várias faces nos ambientes relacionados à saúde, seja em atendimentos com a população ou entre equipes e colegas de trabalho.
Entende-se por etarismo o ato de discriminação baseado em estereótipos associados à idade, que pode se apresentar por meio de piadas, ofensas, modos de exclusão social ou comportamentos relacionados à faixa etária.
Os avanços da medicina, da tecnologia e o acesso à informação, proporcionaram tratamentos para doenças que outrora eram letais, mas atualmente com as evoluções farmacológicas, robóticas e diagnósticas permitem prognósticos favoráveis, antes inimagináveis. Também tornaram possíveis as realizações de cirurgias eficientes, eficazes, com celeridade, com informação assertiva para uma boa recuperação, evitando complicações e garantindo a integralidade do cuidado, desde o acolhimento até o retorno do usuário para suas atividades de rotina. Complementando com a conscientização da população sobre envelhecimento saudável e qualidade de vida, aderindo rotinas de exercícios físicos, mudanças no estilo de vida e a amplitude da compreensão sobre os malefícios do tabagismo, etilismo e outras drogas. Diante desses fatores essenciais para a longevidade dos brasileiros, presenciamos um aumento de pessoas com mais de 60 anos de idade, ativos e dispostos no mercado de trabalho.
Com esse novo recorte, entendendo que a troca de experiências entre gerações pode ser positiva, sadia e enriquecedora, relataremos as expressões dessa diversidade identificadas na prática dos colaboradores do SUS, na Atenção Primária.
Percebemos a relevância deste tema e seu impacto na saúde dos profissionais e dos usuários atendidos, reconhecendo os benefícios e desafios, com o intuito de promover um ambiente inclusivo, valorizando as potencialidades, aprimorando a qualidade do serviço prestado a população idosa, envolvendo empatia, diversidade social, cultural e etária, buscando estimular a conscientização sobre o assunto e encontrar soluções, através da elaboração de políticas de inclusão, qualificação pessoal e educação permanente para combater, não somente o etarismo, como todas as formas de discriminação que identificamos no cotidiano, garantindo que os espaços de atuação do SUS sejam confortáveis e respeitosos a todos que o acessam, independente de suas condições ou características.