Objetivos: Analisar os riscos ocupacionais a que os Agentes Comunitários de Saúde estão expostos e o autocuidado associado a estes na ESF da zona rural e urbana de um município do interior de Pernambuco, comparar os riscos ocupacionais envolvidos no trabalho dos ACS da zonas rural e urbana de um município do interior de Pernambuco e conhecer as práticas de prevenção de autocuidado dos ACS da ESF das zonas rurais e urbanas de um município do interior de Pernambuco. Método: Estudo realizado na cidade de São José do Belmonte-Pe, entre junho e agosto de 2023, no âmbito da atenção primária em saúde. Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa exploratória. Realizarão nesta pesquisa entrevistas semiestruturadas orientadas por roteiro que foram realizadas presencialmente com os participantes. A amostra é compostas por ACS de ambos os sexos, da zona urbana e rural desde que os participantes sejam maiores de 18 anos, pelo menos com dois anos de trabalho na mesma unidade e mesmo território, que aceitem participar e assinaram o TCLE ( Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). A amostragem será definida com base no Critério de Saturação Teórico Empírico. Para análise dos dados foi utilizado o método Análise de Conteúdo de Bardin (1977), nas suas etapas operacionais: pré-análise, exploração/organização do material e interpretação dos resultados. As entrevistas foram transcritas integralmente, realizadas leituras exaustivas de todo material e posteriormente organizados em quadros no software Excel separados por grupo, para aferir saturação empírica. Para organizar e categorizar os dados, foi utilizado o software NVivo 11. Resultados: Foram entrevistados 20 ACS, sendo 10 da zona rural e 10 da zona urbana. A maior parte dos participantes foram do sexo femino, todos possuiam vículo empregatício estatútario, a média de idade foi de 46,3 anos e a maor parte se autodeclararam como pardas. Foi identificado nas entrevistas e observação de campo que os ACS da zona rural estão expostos, no seu contexto de trabalho, a riscos psicológicos, físicos, químicos, biológicos, ergométricos e de acidentes. Dentre esses, foi observado que os ACS da zona rural desta pesquisa estão mais expostos aos riscos físicos, químicos, ergométricos e de acidentes devido às condições locorregionais de atuação. Ademais, foi identificado nas entrevistas práticas de autocuidado, como práticas de atividade física, lazer, religião, controle das emoções e acompanhamento psicológico e psiquiátrico. O uso de Equipamentos de Proteção Individual pelos ACS é feito de maneira não padronizada, além disso, foi relatado que a assistência governamental é insuficiente no tocante a disponibilização de EPI em quantidade e qualidade adequada para esses trabalhadores de saúde. Conclusão: Pode-se afirmar que os ACS de São José do Belmonte estão expostos a riscos ocupacionais e que existem diferenças de riscos enfrentados entre os ACS da zona rural e urbana. Além disso, os equipamentos de proteção individual não são utilizados de forma padronizada por esses trabalhadores, o que pode ser reflexo da insuficiente assistência governamental no fornecimento desses fatores de proteção.