Segundo Assis e Abreu-de-Jesus (2012, p. 2866) o acesso pode ser definido como “liberdade de usar serviços de saúde, mas também como uma estratégia, que permita a possibilidade de indivíduos inadequadamente assistidos e culturalmente equivocados terem a oportunidade de esperar que os cuidados com a sua saúde sejam assegurados”. O acesso pode ser estratificado em cinco dimensões: O acesso político, econômico, organizacional, técnico e simbólico. (ASSIS; ABREU-DE-JESUS, 2012) e este trabalho objetiva analisar estas dimensões na Estratégia Saúde da Família de Salvador-Ba.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória realizada na cidade de Salvador-BA, entre os meses de abril a julho de 2023. Entrevistas semiestruturadas orientadas por roteiro específico para cada grupo foram realizadas nas Unidades de Saúde da Família (USF). A escolha das unidades foi aleatória, levando em consideração a divisão territorial geográfica de saúde do Município em doze distritos sanitários, de forma a contemplar pelo menos uma USF por distrito e que tivesse localizado geograficamente em regiões diferentes e opostas entre si. As coletas ocorreram em 5 destes distritos e totalizando 8 USF, até conformar o critério de saturação teórico-empírico da pesquisa. Os participantes se constituíram de dois grupos de entrevistados: 49 trabalhadores de saúde (grupo I) e 38 usuários (grupo II). Todos os participantes que aceitaram participar do estudo assinaram em duas vidas o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução 466/2012; sendo este projeto aprovado pelo CEP. As entrevistas foram transcritas, realizadas leituras, organizadas e categorizadas. Foi utilizado o software NVivo11 e o método Análise de Conteúdo.
Os aspectos simbólicos de barreira que remetem à figura masculina na sociedade e os entraves encontrados tem se relacionado com a construção histórica e social do homem e do imaginário masculino na sociedade (THURLER; MEDRADO,2020) que conduzem a barreira do acesso simbólico, mostraram-se uma das dimensões trazidas pelos trabalhadores e usuários desta pesquisa. Os quais abordaram aspectos que influenciam a má adesão dos homens pelos cuidados em saúde, como a cultura patriarcal, definições de papéis sociais entre homens e mulheres, sentimento de invulnerabilidade do homem, pudor e diferença entre gerações pela busca aos serviços de saúde que evidenciou maior busca dos usuários da terceira idade pela cuidado em saúde, como a cultura patriarcal, definições de papéis sociais entre homens e mulheres, sentimento de invulnerabilidade do homem, pudor e diferença entre gerações pela busca aos serviços de saúde que evidenciou uma maior preocupação dos usuários na terceira idade. Percebeu-se, na mesma perspectiva de Assis e Abreu-de-Jesus (2012), que o nível de escolaridade tem uma relação de proporcionalidade direta com a motivação do homem pela busca do cuidado em saúde. Foi identificado que a violência nas comunidades associada a criminalidade influencia negativamente o acesso dos homens aos serviços de saúde, pois muitas vezes impede a livre circulação dos homens entre as ruas até chegar às Unidades de Saúde, os atendimentos dos profissionais de saúde focados na tecnologia dura desmotivam o homem de manter o vínculo e os fazem entender que devem buscar esses serviços em casos de queixas agudas.