EPIDEMIOLOGIA E VULNERABILIDADES DE POPULAÇÕES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA RELACIONADAS AOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS

EPIDEMIOLOGIA E VULNERABILIDADES DE POPULAÇÕES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA RELACIONADAS AOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS

• Author
• LUCICLEIDE KUBICZEWSKI GOTO
• Co-authors
• GUSTAVO ALESSANDRO DE SOUSA PEREIRA , MARCO ANTONIO BARROS GUEDES , CAIO VITOR DE MIRANDA PANTOJA , ANA CAROLINA CANTUARIA DE ASSUNÇÃO , ANA CAROLINA DE OLIVEIRA SÁ , MARIO JUNIO OLIVEIRA DA COSTA , SHEYLA MARA SILVA DE OLIVEIRA
• Abstract

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  Introdução: Os acidentes escorpiônicos são um problema de saúde pública de relevância crescente em várias regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, onde as condições ambientais e sociais propiciam a proliferação desses animais e aumentam o risco de acidentes. Com isso, as populações tradicionais da Amazônia, incluindo comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, apresentam uma vulnerabilidade acentuada a esses eventos devido a fatores socioeconômicos, culturais e de acesso limitado aos serviços de saúde. Por isso, a epidemiologia dos acidentes escorpiônicos nessas populações requer uma atenção especial, dado o impacto significativo na morbidade e mortalidade, especialmente em áreas remotas onde a assistência à saúde é escassa. Objetivo: Descrever os achados epidemiológicos dos acidentes escorpiônicos em Santarém, Pará, com base na análise de dados obtidos entre os anos de 2019 e 2023. Metodologia: Trata- se de epidemiológico, descritivo retrospectivo com abordagem quantitativa utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Pará (SESPA). Foram analisados os registros de acidentes escorpiônicos em Santarém durante o período de 2019 a 2023. Além disso, foi realizado um levantamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), como na UBS de Fátima e no Núcleo Técnico de Vigilância em Saúde para identificar casos de acidentes escorpiônicos entre as populações vulneráveis da cidade de Santarém-PA. Os dados foram processados e analisados através de métodos estatísticos descritivos, apresentados em termos de frequência absoluta e relativa dos casos por ano. Resultados: Os resultados da verificação de 4074 portuários nas UBS de Fátima e no Núcleo Técnico de Vigilância em Saúde não identificaram casos de acidentes escorpiônicos. Todos os dados relevantes foram encontrados exclusivamente no SINAN, com os seguintes registros para Santarém: 2019 com 126 casos, 2020 com 104 casos, 2021 com 199 casos, 2022 com 245 casos e 2023 com 135 casos. A análise demográfica revelou que os acidentes escorpiônicos afetaram predominantemente adultos jovens, com uma distribuição de maior número de casos no sexo masculino. A maior incidência foi observada em indivíduos na faixa etária de 20 a 40 anos, que corresponde à população economicamente ativa, frequentemente envolvida em atividades ao ar livre e exposta a habitats escorpiônicos. A maioria dos acidentes ocorreu em áreas rurais e periurbanas, onde as condições de habitação e trabalho aumentam o risco de encontro com escorpiões. Considerações Finais: Este estudo sublinha a necessidade urgente de aprimorar a vigilância epidemiológica e as estratégias de prevenção dos acidentes escorpiônicos em Santarém, Pará. É fundamental implementar programas educativos de ampla cobertura que incluam informações sobre controle ambiental e primeiros socorros. Além disso, fortalecer a infraestrutura de saúde e garantir a disponibilidade de soro antiescorpiônico em áreas remotas são medidas cruciais para reduzir a incidência e a gravidade dos acidentes. A resposta a esse problema de saúde pública deve ser interprofissional, envolvendo a colaboração entre autoridades de saúde, organizações comunitárias e a população local. Somente através de uma abordagem integrada será possível mitigar os riscos e melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais da Amazônia.

   

• Keywords
• Acidentes por Animais Peçonhentos, Epidemiologia, Populações Vulneráveis.
• Subject Area
• EIXO 2 – Trabalho

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