Introdução: A hipertensão arterial é uma condição crônica prevalente que representa um dos maiores desafios de saúde pública globalmente. Sua gestão eficaz é essencial para prevenir complicações graves, como doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral. No cenário da atenção primária à saúde, os enfermeiros desempenham um papel fundamental no acompanhamento e controle da hipertensão, devido à sua proximidade com os pacientes e sua capacidade de atuar de forma contínua e integrada com outras ações de saúde. A relação enfermeiro-paciente é central para o sucesso das estratégias de controle da pressão arterial, influenciando diretamente a adesão ao tratamento e os desfechos de saúde. Os enfermeiros na atenção primária são responsáveis por uma variedade de atividades, incluindo a educação em saúde, monitoramento regular da pressão arterial, ajuste de medicações conforme orientações médicas, e a implementação de programas de promoção de estilos de vida saudáveis. Essas atividades exigem habilidades específicas e um profundo conhecimento sobre a hipertensão e suas implicações. Além disso, a capacidade de estabelecer uma comunicação eficaz e uma relação de confiança com os pacientes é decisivo para o engajamento no tratamento e a modificação de comportamentos de risco. Apesar da importância do papel do enfermeiro no manejo da hipertensão, existem desafios significativos que podem afetar a qualidade do cuidado prestado. Entre esses desafios estão a sobrecarga de trabalho, a falta de recursos adequados e a necessidade de treinamento contínuo. A literatura mostra que quando os enfermeiros estão bem equipados e treinados, e têm acesso a recursos adequados, eles podem fazer uma diferença substancial na gestão da hipertensão. Além disso, a integração de tecnologias, como aplicativos móveis e sistemas de monitoramento remoto, tem potencial para apoiar os enfermeiros em suas funções, melhorando a eficiência e a eficácia do cuidado. Objetivo: Analisar o papel dos enfermeiros no cuidado de pacientes hipertensos na atenção primária, destacando as estratégias eficazes e os desafios enfrentados. Metodologia: A revisão de literatura foi conduzida utilizando bases de dados acadêmicas como PubMed e Scielo. Os critérios de inclusão envolveram artigos publicados nos últimos dez anos, disponíveis em inglês, português ou espanhol, que abordassem o papel dos enfermeiros no manejo da hipertensão na atenção primária. Foram excluídos estudos que não detalhassem intervenções específicas de enfermagem ou que se concentrassem exclusivamente em outros profissionais de saúde. Palavras-chave utilizadas na busca incluíram: "enfermeiro", "hipertensão", "atenção primária", "gestão de saúde" e "adesão ao tratamento". A seleção inicial resultou em 250 artigos, dos quais 50 foram selecionados para uma análise mais detalhada após a leitura dos resumos. Destes, 13 artigos foram incluídos na revisão final, considerando sua relevância e qualidade metodológica. Resultados: Os estudos revisados destacam a importância da educação em saúde como uma estratégia importante para o controle da hipertensão. Os enfermeiros, devido à sua formação e proximidade com os pacientes, estão em uma posição privilegiada para educar sobre a importância da adesão ao tratamento, mudanças no estilo de vida e monitoramento regular da pressão arterial. Programas educativos liderados por enfermeiros mostraram-se eficazes na melhoria do conhecimento dos pacientes sobre hipertensão e na promoção de comportamentos saudáveis. Outra área em que os enfermeiros desempenham um papel vital é o monitoramento contínuo e individualizado da pressão arterial. A literatura indica que o acompanhamento regular por enfermeiros pode levar a um melhor controle da pressão arterial em comparação com o cuidado usual. Este acompanhamento inclui a medição da pressão arterial, a avaliação de sintomas e a adaptação do plano de cuidados conforme necessário. A relação contínua e personalizada que os enfermeiros estabelecem com os pacientes é fundamental para o sucesso dessa abordagem. O uso de tecnologias, como aplicativos móveis e dispositivos de monitoramento remoto, tem se mostrado promissor no suporte aos enfermeiros no manejo da hipertensão. Essas ferramentas permitem o monitoramento em tempo real da pressão arterial e o envio de lembretes para a adesão ao tratamento. Estudos mostraram que a integração dessas tecnologias na prática de enfermagem pode melhorar a eficiência do cuidado e a satisfação dos pacientes, além de facilitar a coleta de dados e o acompanhamento contínuo. Apesar dos benefícios, os enfermeiros enfrentam desafios significativos no manejo da hipertensão na atenção primária. A sobrecarga de trabalho e a escassez de recursos são frequentemente citadas como barreiras para a implementação eficaz de programas de controle da hipertensão. Além disso, a necessidade de treinamento contínuo e a resistência dos pacientes a mudanças no estilo de vida também são desafios importantes. A literatura sugere que o apoio institucional e políticas de saúde adequadas são essenciais para superar essas barreiras. A relação de confiança e a comunicação eficaz entre enfermeiros e pacientes são essenciais para a adesão ao tratamento. Estudos mostram que os pacientes que têm um bom relacionamento com seus enfermeiros estão mais propensos a seguir as recomendações médicas e a aderir ao tratamento. Intervenções de enfermagem que incluem suporte emocional, aconselhamento e reforço positivo têm demonstrado aumentar significativamente a adesão ao tratamento e melhorar os desfechos de saúde. Os enfermeiros contribuem para a melhoria dos desfechos de saúde dos pacientes hipertensos através de uma abordagem holística e integrada. A literatura destaca que os pacientes que recebem cuidados regulares e contínuos de enfermeiros apresentam melhores controles da pressão arterial e menores taxas de complicações cardiovasculares. A combinação de educação em saúde, monitoramento contínuo, uso de tecnologias e suporte emocional resulta em um cuidado mais eficaz e centrado no paciente. Considerações Finais: Para fortalecer o papel dos enfermeiros no manejo da hipertensão, é essencial que haja apoio institucional e políticas de saúde que promovam a educação permanente e o uso de tecnologias inovadoras. Além disso, a promoção de um ambiente de trabalho que valorize e suporte os enfermeiros é fundamental para garantir a qualidade do cuidado prestado. A relação enfermeiro-paciente, baseada em confiança e comunicação eficaz, deve ser incentivada e valorizada como um componente central da atenção primária à saúde, ou seja, os enfermeiros são agentes essenciais na promoção da saúde e na gestão da hipertensão na atenção primária. Através de uma abordagem holística e centrada no paciente, eles podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes hipertensos. A implementação de estratégias inovadoras e o enfrentamento dos desafios existentes são passos essenciais para otimizar o papel dos enfermeiros e alcançar melhores desfechos de saúde na população hipertensa.