Introdução: O equilíbrio é essencial para a locomoção e várias atividades de vida diária. Cabe evidenciar que acontece um aperfeiçoamento dessa habilidade ao longo do tempo, devido aos aspectos de maturação dos sistemas. Desta forma a infância representa um estágio de suma importância no crescimento e desenvolvimento, além disso a avaliação do controle postural em crianças se torna relevante, a fim de determinar possíveis fatores relacionados aos transtornos do equilíbrio, e, a partir desses dados, criar estratégias para prevenção e correção desses déficits motores. Objetivo: O trabalho visou analisar o controle postural de crianças de diferentes faixas-etárias, que não praticam educação física escolar e que se encontram em condições de vulnerabilidade socioeconômica. Método: O estudo incluiu crianças em idade escolar (6 a 11 anos de idade), de ambos os sexos. O controle postural das crianças foi avaliado através da posturografia dinâmica computadorizada (PDC), que compõem o índice geral de equilíbrio (escore composto) e 6 situações sensoriais por meio dos testes de organização sensorial (TOS). Além disso, a contribuição de cada sistema sensorial responsável pelo controle postural (visual, vestibular e somatossensorial) foi analisada. Foram avaliadas 189 crianças, com média de 7,65±1,92 anos, e categorizadas em 3 grupos etários: 6/7 anos, 8/9 anos e 10/11 anos. Resultados: Destaca-se que em quatro condições dos TOS e no sistema visual, encontraram-se diferença entre o grupo de crianças de 6/7 anos e de 10/11 anos, sendo superiores nas últimas. No índice geral do equilíbrio (escore composto), as crianças de 10/11 mostraram um melhor equilíbrio que as demais categorias. Foi encontrada uma alta frequência de déficits de controle postural, sendo mais expressivas na faixa-etária de 8-9 anos. Por fim, as crianças de 10/11 anos apresentaram controle postural superior às demais categorias, e as de 8/9 anos apresentaram maior frequência de déficits em relação a esse controle. Conclusão: Como contribuições, o estudo apresenta dados sobre o controle postural em uma amostra de crianças brasileiras de 6 a 11 anos de idade, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e que não praticam educação física no contexto escolar, sendo que os mesmos poderão servir como base para que estratégias de promoção de saúde do escolar sejam fomentadas. Ademais, esses achados reforçam a necessidade da construção de políticas públicas desenvolvimento com infantis determinantes de saúde.