APRESENTAÇÃO: Durante a infância, os incentivos à aprendizagem mediados por experiências multissensoriais são fundamentais para o desenvolvimento. Nesse sentido, entende-se que o ensino acerca de uma alimentação equilibrada pode ser potencializado quando integrado a um movimento lúdico e artístico que preconiza a participação dos sentidos na construção desse saber. OBJETIVO: Relatar a experiência de estudantes de medicina no desenvolvimento de ação extensionista com foco na interação de crianças com alimentos saudáveis. DESENVOLVIMENTO: Em uma disciplina extensionista, seis estudantes de Medicina de uma faculdade particular, sob supervisão docente, desenvolveram oficinas lúdicas e interativas com crianças de 4 e 5 anos de idade, em maio de 2024. A ação aconteceu com 60 crianças em uma escola municipal de educação infantil, em região periférica e de vulnerabilidade social de Belo Horizonte. Como parte do planejamento, foi realizada uma visita de reconhecimento para aproximação com as crianças, identificação de demandas e personalização. Foi elaborado um circuito, com oficinas em três salas, com brincadeiras conhecidas pelo público infantil, acrescidas de jogos de reconhecimento das frutas para identificação através de um dos sentidos. Inicialmente, as crianças foram agrupadas por turma e identificadas por uma pulseira colorida, para estimular o trabalho em equipe. Os grupos foram levados às salas para participação nos jogos, de tal maneira que cada turma experimentou uma dinâmica diferente por vez, trocando de estação, sequencialmente. Em uma das salas, o jogo disponibilizado foi o “Boliche”, no qual as crianças derrubaram os pinos com uma bola e, posteriormente reconheceram as frutas (manga e tangerina) utilizando o olfato. Em outra sala, o desafio foi passar por uma “Cama de Gato” montada por um emaranhado de barbante e, ao final do percurso, as crianças foram convidadas a degustação às cegas de duas frutas disponíveis (maçã e uva) e reconhecê-las pelo sabor. Na sala segunte, o jogo era a “Amarelinha”, ao completar, as crianças colocaram a mão em duas caixas, uma por vez, para identificação das frutas escondidas (banana e limão) utilizando o tato para reconhecê-las com base na textura e formato. RESULTADOS: Foi observado que as crianças participaram livremente, num ambiente colaborativo, podendo concluir através de um conhecimento prévio ou pelo debate entre os colegas. Durante a dinâmica, o engajamento das turmas foi notório e, mesmo após o término da atividade, demonstraram interesse em contar relatos pessoais de experiências anteriores com as frutas apresentadas. Segundo observação das professoras da escola durante as atividades, o efeito foi positivo sobre crianças que antes se recusavam a experimentar as frutas, favorecendo a experimentação e aceitação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A inserção da ludicidade sensorial como forma de expandir os cenários do ensino infantil pode ser uma excelente maneira de desconstruir a verticalização da passagem de conhecimentos e estimular a horizontalização, na qual as experiências pessoais de cada criança também modulam a formação sociocultural dos estudantes e professores, o que surpreendeu os discentes ao mostrar uma nova maneira se aprender, diferente até mesmo do método educacional que foi empregado na formação destes.