A atividade de extensão na graduação foi proposta em 2018 com obrigatoriedade a partir de 2023 em 10% da carga horária dos currículos, tendo em vista o potencial transformador na comunidade. No curso de Enfermagem, as atividades de extensão têm sido de fundamental importância na promoção de saúde e bem estar, bem como no diálogo entre universidade e sociedade. Com isso em uma disciplina de saúde mental essa interlocução pode ser uma ferramenta utilizada na formação de futuros enfermeiros, que sejam sensíveis às questões de sofrimento e adoecimento humano. A Atividade extensionista elaborada e promovida pela turma do sétimo semestre do curso de enfermagem na disciplina de saúde mental, buscou expressar e refletir sobre resiliência e saúde mental, por meio de atividades artísticas. Assim proporcionar um ambiente acolhedor e incentivador, através de uma visão otimista acerca da vida dos adolescentes da escola Instituto Estadual Rio Branco, uma escola pública estadual em Porto Alegre/RS, com 1300 alunos. O público escolhido foram alunos do ensino médio de primeiro e segundo anos no turno da tarde, totalizando 60 estudantes, foram separados em duas salas em 6 grupos de 5 alunos. Para execução foram utilizados materiais de artesanato e revistas, após ouvirem a música “Amarelo” foi incentivado que cada grupo escolhesse um trecho que representasse seu cotidiano e de uma forma artística pudesse ser representado. Emergiram vários estilos de expressão artística nesse momento, onde os alunos de graduação ficavam circulando pela sala e acolhendo as escolhas e justificativas das propostas. Proporcionar um ambiente de acolhimento e diálogo sobre o tema de saúde mental na adolescência, ofereceu espaço para emergirem sentimentos, relacionados a relações familiares, sobre eles próprios, sobre o futuro. Inicialmente a impressão era de que os estudantes não participariam da atividade, mas observou-se que, progressivamente, houve adesão da maioria e afirmaram que gostariam de ter mais atividades como as que foram realizadas. Executar a atividade por meio de intervenções artísticas e discussão do tema e com estímulo contínuo dos acadêmicos, que conversavam e estavam junto nos pequenos grupos foi essencial para o andamento da tarefa. Para os alunos da graduação foi um momento de aprendizado, de desafios, de construção e execução de dinâmicas, nos quais precisaram utilizar habilidades para atuar com o desconhecido já que surgiam vários desafios como fortalecer as características individuais, como autonomia, empoderamento e criatividade entre os participantes. Foram produzidos cartazes, colagens, pinturas e textos, trazendo vivências criativas, expressivas, imaginativas, permitindo que a arte abrisse espaço para o diálogo. A realização das práticas extensionistas pelo graduando, tendo protagonismo como elaborador e executor, demonstra o quanto a universidade pode dialogar com a comunidade. As vulnerabilidades do ambiente escolar escolhido para a atividade emergiram desde o momento de interlocução com a direção da escola para realizar a atividade até a fala dos alunos que participaram, permitindo aos universitários uma vivência diferenciada do fazer saúde na escola. Conhecer a comunidade em que estão inseridos e como a saúde mental pode repercutir nesses espaços é fundamental na formação de futuros enfermeiros.