O Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH) no Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado mediante registro do paciente no Sistema Nacional de Regulação (SISREG), o qual agendará uma consulta para avaliação do transplante em grandes ‘Centros Transplantadores’. O encaminhamento para o transplante é realizado pela equipe que acompanha o tratamento hematológico do paciente e o processo regulatório é realizado por um profissional da saúde vinculado ao hospital encaminhador ou por um profissional vinculado às Secretarias Municipais de Saúde. Para melhores resultados do TCTH, a precoce indicação e a agilidade no encaminhamento e na regulação são cruciais. O enfermeiro navegador, neste contexto, tem como função auxiliar o paciente em todos os processos do TCTH, com o objetivo de gerenciar o cuidado integral e otimizar as tarefas para garantir uma hospitalização ágil e segura. Nesta perspectiva, buscou-se, nesta reflexão, problematizar sobre os desafios enfrentados pelo enfermeiro navegador no processo de recebimento e avaliação dos casos de pacientes que possuem indicação de TCTH no SUS. Trata-se de um relato de experiência, sobre a prática profissional de uma enfermeira navegadora de um Centro Transplantador de Minas Gerais, 100% SUS, no período de fevereiro de 2023 a março de 2024. A partir delas, foram feitas discussões acerca dos desafios enfrentados pelo enfermeiro navegador no processo de recebimento e avaliação dos casos de pacientes que possuem indicação de TCTH no SUS. Os desafios enfrentados pelo enfermeiro navegador no processo de recebimento e avaliação dos casos de pacientes que possuem indicação de TCTH perpassam pelo desconhecimento da equipe encaminhadora sobre a necessidade de inserção da demanda do paciente no Sistema Nacional de Regulação (SISREG); as formas de acesso e treinamento da equipe encaminhadora ao SISREG; o preenchimento dos dados do paciente que impossibilita sua localização e contato e; os documentos comprobatórios do diagnóstico e da indicação do TCTH necessários. O enfermeiro também tem que lidar com o desconhecimento do paciente sobre o encaminhamento, além da falta de recursos financeiros para deslocamento do interior e seguimento do processo nos Centros Transplantadores localizados em Capitais. Diante dos desafios do enfermeiro navegador identificados no processo de recebimento e avaliação dos casos de pacientes com indicação de TCTH no SUS, é necessário com que haja conscientização e capacitação da equipe encaminhadora sobre o processo da inserção do caso no SISREG. Isso inclui documentações e informações importantes para o processo, para garantir o acesso rápido e eficiente dos pacientes com indicação de realização do TCTH. Além das ações educativas quanto ao processo de regulação, é necessário que haja políticas públicas que garantam e facilitem o acesso dos pacientes, em especial do interior, aos Centros Transplantadores localizados em capitais e que facilitem a permanência deste paciente durante a realização das avaliações necessárias para o TCTH.
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