INTRODUÇÃO: A Atenção Básica (AB) é a principal porta de entrada e o centro articulador do acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes de Atenção à Saúde, orientada pelos princípios da acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo, continuidade e integralidade. Dentro dessa perspectiva, encontramos a Estratégia Saúde da Família (ESF) que é considerada um modelo estratégico para a continuidade do cuidado, onde são ofertados diferentes serviços de saúde aos usuários, com a participação de uma equipe multiprofissional. Assim, atuar nesse ambiente é importante para o estudante, pois promove o desenvolvimento do mesmo, ao longo da trajetória, por meio de trocas de experiência com professores e profissionais do campo. OBJETIVO: Relatar as percepções de estudantes de enfermagem acerca do primeiro contato com o ambiente da AB; apresentar alguns pontos positivos e os maiores desafios enfrentados nesta prática; destacar a importância dessas práticas e a influência sobre a formação profissional; METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de estudantes de enfermagem sobre as vivências da disciplina de Cuidados de Enfermagem “B”, realizadas no 3º semestre do curso da Universidade Federal de Santa Maria. A turma foi dividida em quatros grupos, de acordo com a afinidade e a escolha do campo prático foi definido por sorteio. As práticas contaram com a supervisão direta de três professoras, realizadas no turno matutino, em uma ESF do Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, o cuidado à pacientes ocorreu no período de outubro a novembro de 2023, contabilizando carga horária de 20 horas. RESULTADOS: Durante as práticas curriculares, identificamos o acolhimento recebido, tanto por parte da equipe, quanto dos usuários; o que foi fundamental para a nossa adaptação desde o primeiro momento. Desse modo, conseguimos identificar pontos positivos para a formação do estudante de enfermagem como: maior confiança para realizar as atribuições por meio da aplicação das teorias aprendidas em sala de aula na prática e o desenvolvimento de habilidades; realização de alguns procedimentos como: troca de curativos, administração de medicamentos pelas vias intramuscular e subcutânea, verificação de sinais vitais, retirada de pontos, testes rápidos, visitas domiciliares e atividade de educação em saúde. Em contrapartida, encontramos algumas situações desafiadoras na ESF, como a infraestrutura limitada e a carência de recursos financeiros, aspectos que afetaram o cuidado prestado aos usuários. Nesse mesmo ponto de vista, as estudantes passaram por momentos de ansiedade, medo e insegurança; sentimentos esperados em situações novas e desafiadoras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização de atividades práticas neste campo foi essencial para a compreensão do funcionamento da AB, em especial, da ESF, assim como do papel do enfermeiro. No que se refere à ansiedade vivenciada pelas estudantes, sugere-se a elaboração de estratégias de apoio institucionais para o enfrentamento destas dificuldades e para o fortalecimento das mesmas. Em suma, as vivências junto aos usuários e as trocas de experiências entre estudantes, professores e profissionais contribuíram muito para a nossa formação enquanto estudantes de enfermagem.