APRESENTAÇÃO: A pré-eclâmpsia é uma definida como o início da hipertensão na gravidez associada a novas condições como proteinúria significativa, disfunções orgânicas ou útero placentário, de início ou após 20 semanas de gestação. Considerando a gravidade do quadro diversas abordagens estão sendo propostas a fim de diminuir as complicações para a saúde materno-fetal. O uso de AAS tem se mostrado bastante promissor na diminuição dos casos e, consequentemente da morbimortalidade associada ao quadro. OBJETIVOS: Investigar o acervo científico atual acerca dos benefícios do uso do ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção da pré-eclâmpsia. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que buscou artigos no PUBMED, utilizando os descritores “aspirina” AND “pré-eclâmpsia”, com os filtros, texto completo, dados associados; base de dados: MEDLINE e LILACS; Idiomas: português e inglês; no recorte temporal dos últimos 5 anos (2019-2024). RESULTADOS: Diversas complicações maternas e fetais estão associadas ao desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Ela é uma condição clínica, cuja prevenção é essencial, pois representa uma das principais causas de morte materna no mundo e a principal causa de morbimortalidade entre as mulheres brasileiras, correspondendo a 10% dos casos. Entre as complicações decorrentes da pré-eclâmpsia não tratada, destacam-se a progressão para eclampsia, a síndrome HELLP, e o maior risco de parto prematuro, intimamente associado a uma alta mortalidade infantil. Por tratar-se de uma doença multissistêmica, de início súbito, o manejo adequado, incluindo a prevenção como pilar nesse processo, tem repercussões significativas na vida das mulheres. De acordo com a FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia), o rastreio de qualidade e precoce, realizado no primeiro trimestre, é fundamental para modificar o desfecho da doença. Diversos estudos vêm sendo conduzidos sobre a profilaxia com aspirina em gestantes com risco de desenvolver pré-eclâmpsia, especialmente aquelas de alto risco. Por se tratar de uma droga segura, tanto para a mãe quanto para o feto, seu uso é promissor na redução dos casos. Recomenda-se atualmente para a prevenção da pré-eclâmpsia o início da aspirina entre a 12ª e a 28ª semana de gestação, em doses baixas (75 ou 81 mg/dia) e, nos casos de alto risco, doses em torno de 150 mg/dia, até a 36ª semana de gestação. Estudos, como o ensaio ASPRE, enfatizaram os benefícios dessa profilaxia, com redução de 62% na taxa de partos prematuros por pré-eclâmpsia, além da diminuição do tempo de permanência na UTIN e do risco de morte perinatal. Essas medidas de rastreio, classificação de risco e prevenção são ferramentas simples e necessárias para impactar significativamente uma das maiores causas de mortalidade materna. CONCLUSÃO: Por fim, conclui-se que o uso do AAS na prevenção da pré-eclâmpsia mostra-se promissor, reduzindo significativamente a incidência e a gravidade dessa condição. Estudos demonstram que doses baixas de AAS, iniciadas no primeiro trimestre, são eficazes e seguras para gestantes de alto risco. No entanto, é crucial uma avaliação individualizada dos benefícios e riscos, bem como a orientação adequada pelos profissionais de saúde, para otimizar os resultados maternos e fetais e assim impactar significativamente a saúde da mulher.