Apresentação: A hanseníase e? uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae e esta? fortemente relacionada às condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis. No Brasil se configura como grande problema para a saúde pública, devido a sua persistência. As ações de controle visam interromper a cadeia de transmissão com medidas preconizadas pelo ministério da saúde, na qual a vigilância de contatos se configura como importante método para o cumprimento da agenda de eliminação da doença, tendo em vista seu potencial de identificar casos novos. A continuidade do cuidado para os comunicantes do caso índice é um desafio para os profissionais da saúde, seja por questões operacionais inerentes ao processo de trabalho na atenção primária a saúde, seja pelo letramento insuficiente do usuário. Diante disso, o objetivo deste estudo é identificar dificuldades relacionadas as práticas de cuidado de enfermeiros com os contatos de hanseníase. Desenvolvimento do trabalho: estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado na cidade de Bragança (PA), com 29 enfermeiros da atenção primária à saúde. A produção de dados se deu através de um roteiro de entrevista semiestruturado e a análise dos dados foi realizada através do software IRAMUTEQ, sendo escolhida a Classificação Hierárquica Descendente como método de interpretação. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Magalhães Barata da Universidade do Estado do Pará. Resultados: a partir da análise lexical, foi gerado o dendrograma da Classificação Hierárquica Descendente, na qual destacou-se a classe 1, as palavras com maior relevância estatística foram “querer”, “dificuldade”, “UBS”, “visita domiciliar”, “encontrar” e “complicado”; esta classe versa sobre os entraves operacionais do processo de trabalho do enfermeiro na APS e destaca as dificuldades nas ações de vigilância dos contatos, bem como discute a frágil relação entre o contato de hanseníase e o enfermeiro. É destacado a dificuldade na abordagem dos contatos em momento oportuno, sobretudo na visita domiciliar, já que os relatos remetem a baixa adesão dos contatos por não perceberem sinais e sintomas. É percebido pelos participantes que o estigma que envolve a doença dificulta o processo de trabalho, gerando dificuldade na abordagem dos contatos e nos retornos programados a unidade de saúde, bem como é destacado a falta de uma tecnologia que facilite o acompanhamento dos contatos. Considerações finais: os resultados afirmam a necessidade da intensificação de ações educativas voltadas aos contatos de hanseníase para melhor compreensão da doença, portanto, facilitando a vigilância dos contatos e o processo de trabalho em hanseníase. Destaca-se a necessidade do Investimento em mais pesquisas dessa natureza, visando fortalecer e qualificar o controle da hanseníase, sobretudo, o monitoramento os contatos na atenção primária à saúde.