ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DIVERSIDADE SEXUAL E GÊNEROS DA POLICLÍNICA CODAJÁS, MANAUS, NA CIDADE DE MANAUS

  • Author
  • Dária Barroso Serrão das Neves
  • Co-authors
  • André Luiz Machado das Neves , Denison Melo de Aguiar , Helder Brandão Góes
  • Abstract
  •  

    Introdução:  A implantação do primeiro Ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros, ocorreu por meio da parceria entre a Policlínica Codajás e a Universidade do Estado do Amazonas através do Serviço de Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia, da Clínica de Direito LGBT e do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Assistência à Saúde Integral de LGBTQIAPN+ da Universidade do Estado do Amazonas. Esse estudo é relevante para se ter a realidade da promoção de saúde à população de travestis e transexuais da cidade de Manaus. Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de travestis e trasnsexuais atendidos no Ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros da Policlínica Codajás na cidade de Manaus. Metodologia: O método de pesquisa se baseou num método quantitativo e retrospectivo dos prontuários médicos do ambulatório e exames descritos nos prontuários. As variáveis estudadas, dentre outras, foram: gêneros; orientação sexual; faixa etária; renda; hormonização; que serviços buscam no ambulatório; modificações corporais de afirmações de gênero. Este projeto foi submetido e aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas, sob o CAAI: 16706919.0.0000.5016. Após esse levantamento, houve a tabulação destes dados, para, por fim, se fazer análise de estatística descritiva e analítica. Resultados: Foram atendidas 753 travestis e transexuais entre os anos de 2017 a 2023. Ao se tratar dos resultados encontrados na pesquisa, se pode citar que gêneros, foram declarados 49,05% de homens trans, 45,04% mulheres trans/travestis e 5,91% não-binários; orientação sexual: 30,4% se consideraram bissexual, 25% heterossexual, 21,7% pansexual, 19,6% homossexual, 3,3 assexual; faixa etária 70,2% de 20 a 30 anos, 13,6%, de 18 a 20 anos, 6,8% menores de 18 anos e 9,4% de 40 a 50 anos; renda: 40,3% entre R$ 1200 a R$2000; 30,6% acima de R$ 2000; 23,3% entre R$ 600 a R$1200; 4,1% entre R$ 0 a R$ 600 e 1,3%, pessoas sem renda; hormonização: Iniciaram e/ou ajustaram a dose a partir do início do atendimento no ambulatório 89,3% fazem se aplicam hormônios  e 10,7 não fazem; modificações corporais de afirmação de gênero: 4,7% fizeram próteses mamária, 6% se aplicaram silicone industrial e 89,3% nenhuma cirurgia; no que tange ao que  buscam no serviço: 94,3% hormonização e 5,7% cirurgias de afirmação de gêneros. Conclusão:  Com os dados apresentados é possível constatar que o ambulatório atende as demandas dessa população, com um número expressivo de pessoas travestis e transexuais, levando pela primeira vez um atendimento adequado no SUS a essa população na cidade de Manaus. Os usuários na faixa etária de 20 a 30 anos se destacam à procura de atendimento, onde a maioria dessas pessoas optam pelo uso da hormonização. O panorama quantitativo do perfil epidemiológico do Ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros, mostra que ainda há uma demanda reprimida de acesso à Politíca Nacional de Saúde Integral de LGBT, dados relevantes para implantação de politícas públicas a essa população na cidade de Manaus.

     

  • Keywords
  • saúde; populações vulneráveis; travestismo; pessoas transgênero; Amazonas, Brasil
  • Subject Area
  • EIXO 6 – Direito à Saúde e Relações Étnico-Raciais, de Classe, Gênero e Sexualidade
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