Introdução: Desde o início do ano de 2023, o Posto de Saúde Pedro Celestino Romero, em Fortaleza, passou a receber acadêmicos de medicina e residentes para aulas práticas. No âmbito das formações de médicos, os acadêmicos são ensinados a realizarem determinado grupo de perguntas, colherem informações relevantes e, elaborarem orientações e prescrições. Espera-se que tal processo comunicativo gere nas pessoas assistidas as respostas adequadas às perguntas feitas. Segundo a Política Nacional de Humanização – HumanizaSUS, a humanização consiste na valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção de saúde. A partir do momento em que o sujeito recebe a atenção devida, passa a refletir criticamente sobre sua situação de saúde e desenvolve maior autonomia, procurando transformar a realidade em que vive. Objetivo: descrever a atividade de ensino com a utilização da escuta terapêutica, realizada por acadêmicos de medicina, na atenção primária de Fortaleza. Método: trata-se de um relato de experiência, descrito pela enfermeira da equipe, ao participar de uma aula prática, guiada pelo médico tutor, em junho de 2023, voltada para a valorização da escuta, reconhecendo a importância da história de vida, do usuário do SUS, favorecendo a atuação dos futuros médicos. Desenvolvimento: o momento entre usuários e acadêmicos de medicina, precede a articulação do médico, com os outros membros da equipe da Estratégia Saúde da Família, enfermeira e agentes comunitários de saúde, além de membros da comunidade católica da região. Com o esforço conjunto, realizaram a ação, ocorrida em uma Igreja, equipamento social localizado na área de abrangência. Os acadêmicos de medicina foram orientados, por seu tutor, a utilizar a técnica de comunicação terapêutica na abordagem dos usuários, acolhendo as mais diversas situações, sejam elas tristes, alegres, relacionadas a patologias, família, ambiente, comunidade, enfim, houve a orientação para deixar a fala livre e agradável. Resultados: o contato dos acadêmicos de medicina, com os usuários do SUS, no primeiro semestre, de uma universidade particular, promove o conhecimento da realidade vivenciada pela maioria da população brasileira, desenvolvendo empatia, estabelecimento de vínculos solidários, valorização das pessoas e suas histórias de vida, reconhecendo que o cuidado vai muito além de uma prescrição de medicamentos. Percebe-se a importância destas iniciativas educacionais na graduação, como um movimento que gera humanização, traz conforto, emoção para todos os participantes envolvidos e promove saúde. Considerações finais: a aplicação deste modelo de ensino, voltado para a família, de modo mais abrangente, interativo, poderia ser um caminho para despertar nos acadêmicos de medicina o desejo de atuar em Medicina de Família e Comunidade.