INTRODUÇÃO
A Autoavaliação deve ser utilizada como uma das estratégias para melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica, tendo em vista, que é através da identificação e no reconhecimento das dimensões positivas e da problemática do trabalho da gestão e equipes de saúde, que se produzirão sentidos e significados com potencial de facilitar a mobilização de iniciativas para a mudança e aprimoramento dos serviços. Além disso, considerando a complexidade deste contexto, faz-se necessário a valorização de outros atores envolvidos para além dos profissionais de saúde, como do Apoiador Institucional, que exerce a função metodológica de trabalho gerencial e organizacional para a produção de saúde, que visa promover a análise e a gestão compartilhada do trabalho. A incorporação do instrumento de Avaliação/Supervisão no cotidiano do trabalho da Atenção Básica deverá acontecer em parceria das equipes de saúde da família com o apoiador institucional, entendendo a corresponsabilização pela qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse instrumento ainda se configura como dispositivo pedagógico de caráter reflexivo, problematizador e intervencionista, que abre possibilidades de construção de soluções fundamentadas na identificação de problemas. A partir dos levantamentos de problemas é necessária a realização de intervenções no sentido de superá-los, com priorização das ações, levando em consideração recursos, tempo e aspectos políticos, estabelecendo iniciativas concretas e utilizando matriz de intervenção como instrumento auxiliador, tendo como momento final da sua aplicabilidade, o monitoramento, que está relacionado com a avaliação para identificação da evolução dos resultados alcançados e a iniciação de novo ciclo de avaliação/supervisão para novas tomadas de decisões. É importante nesta etapa que seja realizado controle social com a participação, por exemplo, do conselho local de saúde. Analisando todo esse contexto acima citado, essa necessidade de realizar avaliação e monitoramento surgiu de vários fatores, como: Falta de organização do processo de trabalho, não cumprimento de metas estabelecidas, dificuldade de gerenciamento de conflitos, comunicação entre a equipe e usuários inexistente, e principalmente a não priorização dos problemas de acordo a necessidade e individualidade de cada equipe e sua população adstrita.
OBJETIVO GERAL
· Implantar um modelo de avaliação e monitoramento para a Estratégia de Saúde da Família no Município do sudoeste Baiano.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Construir um instrumento de Monitoramento e avaliação na prática do processo e condições de trabalho das Equipes de Saúde da Família;
· Aplicar na plataforma google forms o instrumento de Monitoramento e avaliação construído;
· Produzir oficina para apresentação do instrumento e assim facilitar a mobilização de iniciativas na Equipe de Saúde da Família;
· Fortalecer a equipe para utilização do instrumento de supervisão e construção de matriz de intervenção com a participação do Conselho Local de Saúde através do Monitoramento dos resultados esperados.
ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
Trata-se de estudo avaliativo que visa construir um instrumento de Supervisão/Avaliação. Inicialmente acontecerá a construção do instrumento de intervenção, utilizando como documento orientador de referência o AMAQ (Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica) e estabelecendo critérios para escolha das temáticas de acordo perfil do município, acrescentando novos direcionamentos como indicadores do Programa Federal Previne Brasil, será norteada também, a partir de prioridades pré-estabelecidas pelas equipes de gestão e assistência. À equipe responsável por execução desse trabalho será às apoiadoras institucionais e áreas técnicas da Diretoria de Atenção Básica, com suporte técnico da assessoria de Planejamento e Educação Permanente. Após conclusão do instrumento e incorporação dele no google forms, será realizada oficina com equipe da gestão para apresentação da versão final do instrumento e como se dará sua aplicabilidade, e disponibilização de tabletes para uso em campo. Em seguida ocorrerá na Unidade de Saúde da Família apresentação para a equipe do instrumento de supervisão, também através de oficina, com fortalecimento do instrumento e a importância da utilização deste. O instrumento de supervisão será dividido em módulos para melhor aplicabilidade e interpretação dos resultados:
Módulo I: Indicadores do Programa Previne Brasil
O Previne Brasil é a nova política de financiamento federal da Atenção Primária à Saúde, instituído em 2019 pela Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019 e, posteriormente, atualizado pela publicação da Portaria nº102 de 20 de janeiro de 2022. Esse programa estrutura o financiamento levando em consideração a dependência da população local dos serviços do SUS e o desempenho dos municípios no cuidado oferecido pela rede de Atenção Primária à Saúde (APS) e cria condições que devem ser atendidas pelos municípios para que o governo federal efetue o repasse.
Este módulo será dividido em nove subgrupos: Cadastro, Exportação e sincronização, Pré-Natal, Teste Rápido, Pré-Natal Odontológico, Citopatológico, Vacinação, Hipertensão e Diabetes.
Módulo II: Processos de trabalho da Atenção Básica
Segundo o Guia Metodológico de Gestão de Processos de Trabalho, processos de trabalho são atividades técnicas e gerenciais que, idealizadas por pessoas e executadas de forma ordenada, interrelacionadas e orientadas para resultados, fazem uso de materiais e informações para gerar produtos e serviços requeridos pelos clientes. Neste sentido, os processos de trabalho de Atenção Básica são direcionados para gerenciamento e atividades de rotina das equipes.
Este módulo será dividido em nove subgrupos: Recursos Humanos, Relacionamento Interpessoal, Processos de Trabalho, Visita Domiciliar, Vigilância Nutricional, Educação em Saúde, Controle Social e Vigilância Epidemiológica.
Módulo III: Saúde Bucal
As Políticas de Saúde Bucal são uma área da Saúde Pública de grande relevância com a tarefa de promoção do exercício político no âmbito do SUS e um dispositivo de intervenção no modo de fazer mudanças e monitoramento nas equipes de Saúde Bucal. As avaliações serão direcionadas para o processo de trabalho nas ESBs (equipe de saúde bucal) seu controle e monitoramento, controle e manutenção dos equipamentos odontológicos; controle, compra e dispensação de material odontológicos consumíveis.
Este módulo será dividido em dois subgrupos: Consultório Odontológico e Planilhas de Acompanhamento.
Módulo IV: Serviços
Este módulo avaliará a estrutura física das unidades, equipamentos e organização dos serviços e foi dividido em oito subgrupos: Infraestrutura e Manutenção, Recepção, Sala de Vacina, Farmácia, Almoxarifado, Expurgo e Esterilização, Sala de Procedimentos e Sala de Curativo.
RESULTADOS ESPERADOS
Este projeto de intervenção foi baseado em práticas já pré-estabelecidas pela gestão da atenção básica, com a intenção de contribuir para fortalecer o processo de trabalho dos profissionais das equipes de saúde da família e dos supervisores. Além disso, é possível que atribua na valorização da supervisão, de modo que se estabeleça como estratégia de gerenciamento, monitoramento e apoio pedagógico institucional pelo município nas práticas das equipes de saúde da família. Assim, espera-se com o mesmo instigar outras equipes gestoras a refletirem sobre a necessidade de organização, planejamento, sistematização e avaliação do processo de avaliação/supervisão, com construção de matriz de intervenção e participação do controle social, com vistas assim, à melhoria dos serviços desenvolvidos nas unidades de atenção primária à saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa é uma iniciativa para promover o acesso com qualidade dos serviços de saúde, fortalecendo o SUS nos diversos contextos existentes, introduzindo uma cultura de institucionalizar a avaliação e supervisão nas equipes de saúde da família da Atenção Básica, bem como, monitoramento da matriz de intervenção produzida pela equipe e gestão, utilizando como estratégia permanente à tomada de decisão e ação central. Garantindo assim os princípios de integralidade, universalidade, equidade e participação social.