APLICAÇÃO DE PROTOCOLO FISIOTERAPÊUTICO EM REABILITAÇÃO PULMONAR: RELATO DE CASOS

  • Author
  • Diana Luiza Theis
  • Co-authors
  • Adriane Schmidt Pasqualoto , Amanda dos Santos Candido , Bianca Borba Gomes , Bruna Schaurich Mativi , Cristina Lourdes Eick Eifert , Gabriel Montagner Thalheimer , Isabella Martins Albuquerque , Júlia Gomes Rangel
  • Abstract
  •  

    Apresentação: Entende-se que o programa de reabilitação pulmonar (RP) é uma abordagem abrangente, que engloba uma avaliação completa do paciente, seguida de terapias adaptadas individualmente, como exercícios físicos, educação em saúde e incentivo à mudança de comportamento. A meta da RP consiste em aprimorar tanto a condição física quanto psicológica de pacientes que enfrentam distúrbios respiratórios, aumentando a qualidade de vida e preservando a saúde dos mesmos. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por uma inflamação progressiva e persistente, a qual resulta em obstrução das vias respiratórias, acarretando uma série de repercussões nos sistemas respiratório, cardiovascular, mental, físico e socioambiental, e está diretamente associada ao processo de envelhecimento celular, chamado de imunossenescência. A asma é uma condição crônica caracterizada por episódios recorrentes de sibilância, tosse e dificuldade para respirar. Estes episódios resultam, consequentemente, em um aumento do esforço respiratório e da sensação de esforço, podendo causar alterações na mecânica respiratória, na função dos músculos respiratórios e no condicionamento físico geral. O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental no manejo da doença em todos os níveis de atenção à saúde, contribuindo para promover o movimento, reduzir complicações e promover uma melhor qualidade de vida. Assim, nosso grupo de estágio, foi instigado a desenvolver atividades em grupo com pacientes da reabilitação pulmonar, visando a integração entre os pacientes, bem como a execução de atividades orientadas. Para nós, estudantes, foi uma experiência de discussão e troca de conhecimentos. O objetivo do estudo foi relatar a experiencia na organização do circuito, bem como descrever as observações do comportamento das variáveis fisiológicas cardíacas e percepção de esforço durante e imediatamente após a realização de um circuito de exercícios de força, equilíbrio e coordenação. Método: Relato de casos em séries de um circuito terapêutico desenvolvido no estágio em Reabilitação Cardiopulmonar - Curso de Fisioterapia da UFSM. Os participantes do PR são encaminhados pelo serviço de pneumologia do HUSM, com diagnóstico de doença pulmonar crônica. A coleta dos dados ocorreu em abril de 2024.  Dados antropométricos e os sinais vitais: frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), saturação periférica de saturação de oxigênio (SPO2) e percepção do esforço, pela escala de Borg modificada, o qual varia de zero a 10 (Borg), quanto mais próximo de 10 maior o esforço percebido, foram registrados.  Além disso foi registrado o tempo que cada um dos pacientes dispendeu para realizar o circuito. Os dados foram coletados no basal, durante e imediatamente após o circuito terapêutico. Resultados: Participaram cinco indivíduos, sendo um indivíduo do sexo masculino e quatro indivíduos do sexo feminino; com diagnóstico espirométrico de DPOC ou asma. A média de idade de 61 anos para mulheres e 31 anos para homens. As atividades foram planejadas pelos estagiários e discutidas com os supervisores. Antes da realização com os pacientes, o circuito terapêutico, foi demonstrado e adequado para que fosse realizado com segurança. Assim, tal atividade de ensino foi conduzida: primeiro foi explicado e demonstrado as atividades do circuito para o grupo de pacientes; A aferição dos sinais vitais no basal, imediatamente ao final e três minutos após a execução do mesmo, foram avaliadas as variáveis: PA, FC, SpO2, Borg D (dispneia) e BORG E (esforço).  Durante a realização foram monitoradas as alterações de FC e SpO2. O circuito consistiu em um conjunto de atividades, no qual o indivíduo deveria levantar de uma cadeira sem apoio, caminhar até uma cama elástica e permanecer em apoio unipodal por 1 minuto em cada um dos membros inferiores (o auxílio dos avaliadores foi necessário para dar confiança/suporte ao indivíduo), seguido de deslocamento lateral, anterior e posterior transpassando por cones/obstáculos no chão, subir um degrau e realizar 5 agachamentos livres, em seguida descer do degrau e realizar transferência de pesos (2 repetições com 1 kg, 2 repetições com 0,5 kg) em diferentes alturas. O circuito foi finalizado com o retorno ao ponto inicial sentado na cadeira. Durante a realização foi registrado o tempo dispensado para concluir as atividades. Resultados: O maior IMC foi de 42.15, o menor 24.30 e a média calculada entre os 5 indivíduos foi de 30.00. A variação de tempo foi calculada através da média do tempo total obtido por cada um dos indivíduos, sendo o menor tempo total de 09:24 minutos, o maior tempo de 12:38 e a média o valor de 10:27 minutos para a finalização do circuito. A média da PA no início da avaliação foi de 116/76 mmHg, na finalização do circuito 124/80 mmHg e após três minutos 114/70 mmHg. Em relação a FC no início da atividade a média foi de 78 bpm, no término do circuito de 83 bpm e passados três minutos 81 bpm. No que se refere ao SpO2 foi de 96,2% na primeira avaliação, 96,2% logo após a execução do circuito e 96,8% três minutos após. Acerca da dispneia, a média inicialmente foi de 2,2, ao completar o circuito 4,4 e logo após três minutos de 3,2. Quanto ao esforço, a média foi de 2,4 preliminarmente ao circuito, 4,6 na conclusão é de 3,6 posteriormente aos três minutos. Conclusão: Respostas fisiológicas cardíacas normais durante e no final das atividades foram observadas. Quanto a percepção do esforço os pacientes que tiveram maiores valores de BORG (maior esforço durante o exercício) estão relacionados a um menor tempo no circuito. O menor tempo foi de 9:24, com BORG durante a execução variando de 5 no início para 6 no final do circuito de exercício. O maior tempo foi de 12:31, com BORG 0 sem variação durante a execução do circuito de exercícios. Diante do exposto, destaca-se que a importância de englobar atividades funcionais, assim como o circuito descrito, que mesclam estímulos de equilíbrio, força, resistência e coordenação com a monitorização contínua dos sinais vitais para controle de possíveis exacerbações dos sintomas. Dessa forma, a prática de exercício físico desempenha uma estratégia terapêutica fundamental para a promover a funcionalidade, qualidade de vida e reduzir as exacerbações da doença.

  • Keywords
  • REABILITAÇÃO, DPOC, ASMA, DISPNEIA, EXERCÍCIO FÍSICO
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
Back