Relato de Experiência: O uso da Auriculoterapia para acolher Voluntários e Atingidos da Catástrofe de maio de 2024 em Bento Gonçalves/RS

  • Author
  • Núbia Beche Lopes
  • Co-authors
  • Ângela Kemel Zanella , Zuleica Aléssio Orso , Clarissa Iensen , Fátima Inês Alff Vargas , Marcio Rossato Badke , Luana Antunes Sigaran , Dhaiane Lebtag Silva , Berenice Macedo de Oliveira
  • Abstract
  • Introdução: Desastres de grande escala (catástrofes), como enchentes e desmoronamentos causam problemas de aspectos clínicos e psicossociais nos indivíduos levando, muitas vezes, a sérios encargos econômicos em suas comunidades, exige intervenções rápidas, eficazes, simples e seguras para atender os sobreviventes. O Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT) é o problema psicológico mais representativo que surge após desastres e a Auriculoterapia surge com o propósito de melhorar os sintomas gerais relacionados ao TEPT e insônia (KWON et al, 2020).  Em maio de 2024 foram computados mais de 100 desmoronamentos ocorridos no município de Bento Gonçalves/RS, deixando diversas comunidades isoladas, óbitos, desaparecidos e um grande número de desabrigados. Objetivo: relatar a experiência inovadora de Promoção e Assistência à Saúde em cenário de catástrofe com aplicação de auriculoterapia em voluntários e vítimas dos desmoronamentos ocorridos em maio de 2024 na região da Serra Gaúcha. Métodos: Relato de Experiência da aplicação de Auriculoterapia realizado por profissionais voluntários em abrigo e local de recebimento e distribuição de doações entre o 6º e o 15º dia após catástrofe ocorrida em 01 de maio de 2024. Após o aceite da oferta, realizou-se a escuta das queixas, inspeção, palpação e avaliação individual do pavilhão auricular, higiene com algodão e álcool a 70%. Foram utilizadas esferas de ouro, prata, cristal, sementes, stipper e bandagem auricular. Resultados: Foi realizado auriculoterapia em seis turnos, entre os dias 6/5 e 15/5/24, sendo cinco turnos em um Centro de Coletas e Doações no Instituto Federal-IFRS e um turno no abrigo no Salão da Comunidade de Farias Lemos com 43 alojados no dia 15/5. Foram atendidos e aplicadas Auriculoterapia em 61 pessoas, sendo 37 voluntários e 24 pessoas desabrigadas. Utilizou-se 44 pontos diferentes. Dos 61 atendimentos, 31 apresentaram dor (média de dor pré sessão em 7,6 e após a sessão reduziu para 3,0, avaliados pela Escala Visual Analógica para Dor - EVA). Os pontos mais utilizados foram Shenmen, Ansiedade, Relaxamento muscular, coluna Lombar, Tronco cerebral, insônia, cérebro, coluna torácica, intestino grosso, subcórtex, imunidade, simpático, Yang do fígado, ombro, San Jian, alegria, pulmão, rim, pés, anti-inflamatório e pernas, entre outros. Conclusão: A auriculoterapia pode ser uma modalidade complementar no restabelecimento da saúde física, mental e emocional em vítimas de desastres e voluntários. Os relatos no pós-imediato evidenciam redução da dor e dos desconfortos (escala EVA) de 7,6 para 3,0. Conclui-se que a auriculoterapia aplicada em vítimas e envolvidos em catástrofes dos desmoronamentos na serra gaúcha foi efetiva, segura e viável. Novos estudos sugerem-se no tema.

  • Keywords
  • Auriculoterapia, Terapias Complementares, Desastres Naturais.
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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