A atenção em saúde deve abranger proteção, prevenção e reabilitação, neste sentido as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) corroboram com essa proposta, dando centralidade ao sujeito e visando a integralidade no processo de saúde-doença. A implantação destas práticas nos serviços públicos de saúde tem o potencial de ultrapassar o paradigma biomédico e são validadas por evidências científicas. No âmbito federal existe uma política norteadora, mas esta não garante a oferta destes serviços nos municípios. Movimentos sociais locais demandam a implantação dessas práticas em município do norte do Paraná, entretanto não existiam informações que oferecessem subsídios a essa proposição. Assim, o objetivo do estudo foi identificar o contexto local, o conhecimento e as habilidades dos profissionais vinculados à atenção primária em saúde do município, no que se refere às PICS. O estudo adotou abordagem quantitativa, transversal e exploratória, realizado no ano de 2023. Os participantes da pesquisa foram profissionais de saúde, efetivos, que atuam nos serviços públicos do município. A população foi de 264 profissionais. Para coleta de dados foi aplicado um questionário semiestruturado, com 15 questões. Os resultados apontam que o perfil profissional varia entre nove categorias da área da saúde. 37,5% conhecem as PICS, mas apenas 12,5% tem alguma formação e desses, 33,33% realizam PICS na rotina de trabalho e relataram os desafios e os benefícios dessas práticas. E 151 participantes, sinalizaram interesse em partipar da formação de alguma prática. Concluiu-se que os dados encontrados sinalizam interesse dos trabalhadores em processos formativos para atuarem com as PICS e oferecem subsídios para formular dispositivos legais que amparem a implantação das PICS no referido território.