A violência obstétrica pode ser caracterizada por diversas ações que as mulheres podem sofrer desde a sua gestação, parto, pós-parto ou até mesmo em situações de abortamentos. Pode ocorrer de forma verbal, física, moral, psicologica ou institucional. Além disso, pode estar associada às questões, como a falta de acesso à saúde, assistência negligenciada, intervenções desnecessárias, procedimentos sem consentimento da gestante ou acompanhante e outras situações que possam trazer perigo para ambos. Nos últimos anos a violência obstétrica tem sido amplamente discutida entre a população, unidades de saúde e profissionais de saúde. Nesta perspectiva, a prática de ensino em educação em saúde se destaca ao longo de todo o período de pré-natal e, especialmente, durante a última consulta de enfermagem, e tem o intuito de proporcionar à mulher direcionamentos, tanto referente aos seus privilégios e direitos durante o período gravídico-puerperal, como também direcioná-la sobre como é caracterizada a violência obstétrica e o que fazer diante desta situação. A pesquisa objetiva analisar, na literatura, as estratégias utilizadas pelo enfermeiro para a prevenção da violência obstétrica durante o período gravídico-puerperal. Trata-se de um estudo de revisão integrativa com uma abordagem de natureza qualitativa. Para a seleção dos artigos foram empregados os seguintes portais eletrônicos e bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribeem Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e a Base de Dados de Enfermagem (BDENF), acessados por meio da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). A partir da análise de dados, com uma amostra final de 8 artigos, foi evidenciado que o enfermeiro é o profissional dotado de autonomia, conhecimentos e habilidades necessárias para desempenhar um papel fundamental em uma assistência humanizada, garantindo condições legais para a gestante, orientando-a e acolhendo-a com apoio físico, psicológico e moral. Diante dos estudos levantados, conclui-se que o enfermeiro emerge como o profissional de saúde mais próximo da mulher, e a presença desse profissional no acompanhamento da gestação durante o pré-natal de risco habitual pode minimizar intervenções desnecessárias, assegurando um cuidado abrangente para a mulher e sua família. Os resultados desta pesquisa destacam o papel significativo do enfermeiro no combate à violência obstétrica. Torna-se evidente que ao utilizar de ferramentas tecnológicas como a educação em saúde, fornecer um pré-natal de qualidade repleto de informações, com valorização da voz da mulher gestante, bem como um acolhimento com esclarecimento de dúvidas sobre o trabalho de parto, o enfermeiro atua de forma direta na redução dos índices de violência. Assim, as práticas educativas envolvendo as gestantes e seus acompanhantes, com conhecimento sobre o parto humanizado e seus direitos, permite um espaço de reivindicações e garantia de direitos, sempre que necessário.